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    Lava Jato

    STF apura se Collor recebeu propina em negociação com BR Distribuidora

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    13/06/2016 17h18

    Pedro Ladeira - 24.ago.2015/Folhapress
    O senador Fernando Collor (PTC-AL) fala na tribuna do Senado, em Brasília
    O senador Fernando Collor (PTC-AL) fala na tribuna do Senado, em Brasília

    Um dos seis inquéritos abertos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar a suposta ligação do senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) com a Lava Jato investiga se o parlamentar foi beneficiado com o pagamento de propina numa negociação envolvendo o escritório da BR Distribuidora em Salvador (BA).

    A investigação tem como base a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e tramitava em segredo até a semana passada.

    Cerveró afirmou que foi procurado por um empresário que estava interessado em aproveitar a valorização comercial do escritório da BR Distribuidora na Bahia. O grupo pretendia construir três blocos, sendo que a BR receberia um escritório novo, composto por três andares, e mais nove andares para serem negociados a seu critério.

    Para viabilizar o negócio, o empresário ofereceu um andar para Cerveró e Vilson Reichenbach, outro então diretor, receberiam um andar nos blocos a serem erguidos para dividir entre eles. Segundo ele, cada andar tem valor estimado em R$ 1 milhão.

    Cerveró disse ainda que ficou sabendo que Collor também teria acertado receber recursos desviados do negócio por meio de seu operador, o ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos. O acerto teria sido feito com o ex-presidente da OAS Leo Pinheiro e Paulo Roberto de Oliveira, da empresa PRS.

    "Que Pedro Paulo também negociou com os empreendedores Leo Pinheiro da OAS e Paulo Roberto de Oliveira, da PRS, um pagamento de propina em valor e forma que o declarante não sabe precisar. Quer ficou sabendo disso pelo próprio Pedro Paulo, que Pedro Paulo cobrou propina em nome de Fernando Collor que a BR era um feudo do Collor desde 2009", afirmou Cerveró.

    O acerto da propina ocorreu antes da reunião do conselho para discutir o caso. O início da Lava Jato em 2014, no entanto, impediu que o negócio fosse aprovado.

    Para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, os elementos indicam que Collor pode ter cometido corrupção passiva.

    Collor e Pedro Paulo negam envolvimento com o esquema de corrupção da Petrobras. Os dois já foram denunciados ao STF na Lava Jato.

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