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    PSDB quer adotar modelo Doria pelo país

    THAIS BILENKY
    DE SÃO PAULO

    15/06/2016 03h54

    Bruno Santos -28.fev.2016/Folhapress
    São Paulo, SP, BRASIL-28-02-2016: O pré candidato a prefeitura de São Paulo, João Dória, vota no diretório do Jardim América, nas prévias do partido PSDB. (Foto: Bruno Santos/ Folhapress) *** FOTO *** EXCLUSIVO FOLHA***
    O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo João Doria Jr.

    Após perder 300 prefeitos pelo país ao longo dos governos petistas, o PSDB quer recuperar o espaço perdido lançando "rostos novos" nas eleições municipais.

    Além de João Doria, em São Paulo, que tenta se vender como empresário bem-sucedido, o partido aposta em deputados federais em início de carreira em cinco capitais.

    Porto Velho terá Mariana Carvalho, 29; em Rio Branco, Major Rocha, 47; Daniel Coelho, 37, no Recife; e Giuseppe Vecci, 59, em Goiânia. Todos em primeiro mandato, salvo por Nelson Marchezan Júnior, 44, que está no segundo e será lançado em Porto Alegre.

    No diagnóstico do PSDB, a pulverização política levará eleitores a escolher com base no perfil do candidato, e não de seu partido.

    Hoje com cerca de 700 prefeitos pelo país, a legenda estipulou como meta dobrar o número. Para isso, insiste em candidaturas próprias em capitais, cidades com mais de 100 mil eleitores ou com geração de televisão.

    O PSDB tem cerca de 700 prefeitos pelo país. Em 2000, o partido elegeu 987 prefeitos, sendo 4 de capitais.

    "Estamos investindo muito em candidaturas próprias, coisa que ficou um pouco solta na última eleição", afirmou o deputado Silvio Torres, secretário-geral do PSDB.

    Algumas campanhas terão o objetivo de alavancar candidaturas ao Congresso em 2018. Isso porque também na Câmara o partido se descapitalizou –são hoje 51 deputados federais, ante os 99 eleitos em 1998.

    O enxugamento é decorrência da perda da máquina estatal, no diagnóstico do cientista político Carlos Melo, do Insper.

    "O que aconteceu com o PSDB é absolutamente natural em um sistema político em que cargo e emenda são primordiais para o jogo de poder", afirmou Melo.

    Para Marcos Nobre, professor de filosofia política da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), não apenas o PSDB estava fora do poder, como sua "capacidade de fazer oposição foi praticamente esfarelada".

    Ele aponta três motivos. O primeiro são as disputas internas entre três presidenciáveis tucanos –José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves.

    O segundo é a impossibilidade dos governadores, em geral, e dos três, inclusive, de fazer oposição aos governos federal para evitar punições em repasses.

    E, por fim, a fragilidade da oposição no Congresso, devido ao comportamento do centrão, que acompanha o governo, qualquer que seja ele.

    "Isso é receita do desastre", disse Nobre.

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