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    Em pedido de prisão, Janot diz que Cunha exerce poder político 'sem pudor'

    AGUIRRE TALENTO
    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    15/06/2016 15h04

    No pedido de prisão preventiva do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o procurador-geral da República Rodrigo Janot afirma que ele "continua a exercer sem pudor o poder político" e solicita também a suspensão do contato com parlamentares e ministros do governo interino de Michel Temer (PMDB), caso a prisão não seja concedida.

    Janot argumenta que o afastamento do mandato, determinado pelo Supremo Tribunal Federal em 5 de maio, "não foi suficiente para cessar a conduta ilícita do parlamentar" e cita, por exemplo, que a Câmara manteve todas as prerrogativas dele, como o direito a avião oficial, a funcionários e segurança.

    O pedido de prisão foi enviado ao Supremo em 23 de maio.

    Janot pede que essas benesses dadas pela Câmara também sejam suspensas.

    Para o procurador-geral, Cunha "continua a exercer sem pudor o poder político que detém de fato, mantendo com notável desenvoltura o mesmo nível de articulação e influência, além de adotar postura desafiadora em relação às ordens desta Suprema Corte".

    Ele cita as indicações feitas por Cunha ao governo Temer como uma das provas de que ele continua influente.

    "De fato, conforme amplamente noticiado, o deputado Eduardo Cunha permanece despachando com correligionários e outros parlamentares na residência oficial como se ali fosse extensão da Câmara dos Deputados", escreveu o procurador-geral.

    Como alternativa ao pedido de prisão, caso não seja aceita pelo ministro Teori Zavascki, Janot pede o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de contatos com parlamentares federais e estaduais, ministros de Estado, servidores da Câmara e qualquer investigado da Lava Jato, além da proibição de ingresso em "quaisquer repartições públicas" e também proibição de sair do país.

    Teori determinou a intimação de Cunha para apresentar defesa na ação, antes de tomar uma decisão sobre a decretação da prisão.

    Na noite de terça (14), Cunha informou via assessoria que não comentaria o pedido de prisão.

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