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    Lava Jato

    Petrobras é a 'madame mais honesta dos cabarés do Brasil', diz Machado

    MÁRCIO FALCÃO
    AGUIRRE TALENTO
    GABRIEL MASCARENHAS
    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    15/06/2016 17h00 - Atualizado às 17h31

    Renata Mello/Transpetro
    Presidente Sergio Machado em discurso durante cerimônia da viagem inaugural do Navio José Alencar. Foto: Renata Mello / Transpetro ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, durante evento da empresa

    Em sua delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou que a Petrobras é "a madame mais honesta dos cabarés do Brasil".

    Ele afirmou que essa metáfora significava que a estatal era um "organismo bastante regulamentado e disciplinado".

    Machado afirmou aos investigadores que havia um modelo tradicional de cobrança de propina, mas que ultimamente esse limite começou a ser extrapolado. O ex-presidente da Transpetro disse que, nos contratos, existiam o "custo político", ou seja, um percentual de qualquer relação contratual entre empresa privada e poder público a ser destinado a propinas.

    Segundo ele, o percentual é de 3% no nível federal, de 5% a 10% no nível estadual e de 10% a 30% no nível municipal.

    "Que recentemente, em todos os níveis de governos, as pessoas saíram desse padrão e foram além, envolvendo a estrutura das empresas estatais e dos órgãos públicos, o que antes não acontecia; que o depoente não deixou a Transpetro sair do 'modelo tradicional'".

    Para Machado, há outros órgãos estatais com práticas menos ortodoxas que a Petrobras como Dnit, Docas, bancos oficiais como Banco do Nordeste, Funasa e Dnocs.

    PROPINA

    Em sua delação premiada, Machado relatou ter repassado recursos ilícitos a mais de 20 nomes de diferentes partidos, entre eles PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PSB.

    Machado afirmou também que o presidente interino Michel Temer negociou com ele o repasse de R$ 1,5 milhão de propina para a campanha de Gabriel Chalita (ex-PMDB) à Prefeitura de São Paulo, em 2012.

    O ex-presidente da Transpetro relatou que participou da captação de recursos ilícitos para bancar a eleição do hoje senador Aécio Neves (PSDB-MG) à presidência da Câmara dos Deputados, no ano de 2001.

    Na delação, Machado afirmou ainda que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) receberam mesadas durante anos do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

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