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    Lava Jato

    Vaccarezza diz que não precisava de Machado e ameaça processá-lo

    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    16/06/2016 13h43

    Um dia após vir à tona a delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com citação de pagamento de propina a mais de 20 políticos, o ex-deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) voltou a negar as acusações, disse que não precisava de "intermediários" e afirmou ainda que vai processar o operador do PMDB pelas menções "mentirosas" e "criminosas".

    "Sérgio Machado afirmou que, em 2010, o procurei para pedir ajuda para campanha e que ele, por dinheiro ilícito de propina, teria mandado dinheiro da Camargo Corrêa para o diretório estadual de São Paulo repassar para minha conta. Se tivessem tido o cuidado de ver minha prestação de contas, teria visto que em 2010, o repasse do diretório estadual na minha prestação de contas é zero. Essa é uma acusação mentirosa e criminosa", disse o ex-líder na Câmara dos governos Lula e Dilma.

    Segundo a prestação de contas do ex-deputado disponível no site do TSE, Vaccarezza não recebeu doações diretas do diretório estadual do PT em 2010. Foi repassado para sua campanha mais R$ 1,3 milhão do diretório nacional da sigla.

    Em entrevista à imprensa no Salão Verde da Câmara, o ex-deputado –ele não se reelegeu ao cargo em 2014– afirmou que vai processar Sérgio Machado por danos morais e por denunciação caluniosa.

    "Está muito esquisita essa delação dele. Não sei se estava desesperado e queria pegar pessoas de todos os partidos. Eu, em 2010, as pessoas avaliavam que eu era um deputado importante, e um parlamentar importante no Brasil. Era líder do governo", disse.

    O fato de ser líder do governo foi a justificativa do político para ter tido conversas com Machado, contudo, ele nega que qualquer delas tenha tratado de doações de campanha.

    "Em 2010, eu procurei vários donos de empresas, conversei com vários, e tive doação de várias empresas direto na minha conta. Eu procurava direto as empresas, não precisava de intermediário. Até porque, vocês mesmo já noticiaram várias vezes, relações diretas minhas com empresários", disse

    "Para que eu precisava do Sérgio Machado pedindo dinheiro para mim?", questionou, afirmando ainda ter recebido doação legal de todas as empresas envolvidas na Lava Jato.

    Ontem o ex-deputado havia afirmado apenas de "Machado nunca arrecadou" para suas campanhas e que ele nunca fez tal pedido. "Ele cita meu nome de forma genérica, sem dizer qual empresa [doou], qual o valor [foi doado]. Isso nunca existiu."

    Em sua delação premiada, o ex-presidente da Transpetro relatou ter repassado propina para políticos de diferentes partidos: PMDB, PT, DEM, PSDB, PCdoB e PP.

    Segundo Machado, os políticos o procuravam pedindo doações e, em seguida, o operador solicitava os repasses às empreiteiras que tinham contrato com a Transpetro.

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