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    Lava Jato

    Sérgio Machado cumprirá pena em sua casa com piscina no Ceará

    MARCO ANTÔNIO MARTINS
    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    17/06/2016 02h00

    Renata Mello/Transpetro
    Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, durante evento da empresa
    Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, durante evento da empresa

    Após confessar o repasse de mais de R$ 100 milhões em recursos ilegais para políticos, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado iniciará, nos próximos dias, o cumprimento de três anos de pena. Diferentemente de outros delatores, porém, não passará nem um dia sequer na prisão.

    O acordo de sua delação, homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, prevê que a pena será cumprida em sua casa: serão dois anos e três meses em regime fechado diferenciado e nove meses em regime semiaberto.

    Ele poderá ser condenado a até 20 anos de prisão, que serão automaticamente convertidos na pena alternativa.

    No imóvel com piscina e quadra poliesportiva, localizada em um bairro nobre de Fortaleza (CE), Machado terá que usar tornozeleira eletrônica. Também deverá pagar uma multa de R$ 75 milhões.

    A Justiça permitiu que 27 pessoas, entre familiares e um padre, tenham acesso à casa durante o período da pena, como visitantes. Médicos, só em caso de emergência.

    Reprodução
    Vista da área onde fica a casa de Sérgio Machado em Fortaleza
    Vista da área onde fica a casa de Sérgio Machado em Fortaleza

    Já estão definidas oito datas, até 2018, em que o ex-presidente da Transpetro poderá deixar a casa, entre elas o próximo Natal.

    Quando não estiver trabalhando, Machado poderá ficar fora da casa por até seis horas ininterruptas.

    Seus três filhos também envolvidos no acordo –Daniel, Sérgio e Expedito– não terão qualquer pena de reclusão.

    Os depoimentos de delação mostram que o esquema montado por Machado acirrou um conflito de família.

    Segundo homem do banco Credit Suisse no Brasil, o filho Sérgio disse ter sido ludibriado pelo irmão mais novo, Expedito, que lhe pediu para abrir uma conta na Suíça.

    Sérgio filho contou aos procuradores que o irmão alegou que precisava depositar uma doação que receberia do pai e que os recursos seriam oriundos de negócios de Machado antes da Transpetro.

    O executivo do Credit Suisse saiu de casa aos 16 anos e disse não ter bom relacionamento com o pai. Quando a apuração se tornou conhecida teve que pedir demissão.

    O esquema de Sérgio Machado

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