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    Empresário citado por Sérgio Machado nega pagamento de propina

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    20/06/2016 16h04

    Renata Mello/Transpetro
    Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e ex-aliado do PMDB
    Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e ex-aliado do PMDB

    O empresário German Efromovich negou nesta segunda-feira (20) o pagamento de propina ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e disse que a operação citada na delação do executivo foi legal e não envolveu dinheiro ilícito.

    Machado e seu filho Expedito Machado da Ponte Neto disseram que Efromovich depositou R$ 28 milhões na conta que os dois mantinham na Suíça, referentes a uma multa contratual de operação realizada com a empresa HR Financial Services no Equador.

    Efromovich controla os estaleiros Mauá e Ilha SA (Eisa), que ganharam licitações para construir navios para a Transpetro. Ele admitiu que foi procurado pelo ex-presidente da Transpetro para ajudar políticos. "Ele me pediu dinheiro, mas disse que não dou dinheiro para políticos", afirmou, em entrevista coletiva.

    Em sua delação, Machado disse que, ao negar o pedido de propina, Efromovich "indicou que estava disposto a apresentar investimentos não realizados à Transpetro nos quais o depoente poderia ter um retorno, no mínimo, de igual magnitude".

    Em 2008, um fundo gerido por Expedito ajudou a financiar a atividade de exploração de petróleo pela HR, com a opção de adquirir 38% da empresa. Segundo eles, Efromovich desistiu de transferir a participação e pagou a multa.

    Sérgio Machado

    O empresário confirmou a conversa com o ex-presidente da Transpetro, mas disse que não fez oferta de negócios. "Quando vieram a mim, disse que, se precisavam de dinheiro, que trabalhassem como eu trabalho, 18 a 20 horas por dia, porque tem um monte de negócios em que se pode ganhar dinheiro", argumentou.

    Questionado sobre se não via conflito de interesses na relação com o filho de Machado, disse que não. "Já fizemos negócios também com o Credit Suisse", respondeu, citando o banco onde trabalhou outro filho do ex-presidente da Transpetro, Sergio Firmeza Machado.

    Efromovich disse que não tinha conhecimento de que o dinheiro gerido pelo filho de Sérgio Machado tinha origem no pagamento de propina por empreiteiras. "Quando fizemos o negócio, a gente nem sabia que o fundo tinha relação com o Brasil", defendeu.

    O estaleiro Mauá já entregou os quatro navios encomendados pela Transpetro. Uma subsidiária do Eisa, chamada Eisa Petro Um, entregou uma embarcação e suspendeu há quase um ano as obras de outras três. Outro contrato, de oito navios, foi cancelado.

    Eisa e Eisa Petro Um estão em recuperação judicial.

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