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    Teori suspende indiciamento de Raupp pela PF na Lava Jato

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    21/06/2016 22h23

    Beto Barata - 16.abr.2015/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, 16.04.2015: ÍNDIOS-DF - O senador Valdir Raupp durante sessão em homenagem aos povos indígenas no plenário do Senado Federal, em Brasília (DF).(Foto: Beto Barata/Folhapress)LEGENDA DO JORNALValdir Raupp (PMDB-RO) em sessão no plenário do Senado
    O senador Valdir Raupp (PMDB-RO), suspeito de receber propina no petrolão

    O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki determinou nesta terça-feira (21) a suspensão do indiciamento feito pela Polícia Federal do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

    Não há detalhes sobre a decisão do ministro. O indiciamento é um ato formal em que a autoridade declara que existem indícios suficientes de ocorrência de crime. O ato, no entanto, não é consenso.

    A Procuradoria-Geral da República e os advogados da Lava Jato questionam os indiciamentos promovidos pela PF.

    A PGR diz que o ato fere entendimento do Supremo que proibiu a PF, em 2007, de fazer, por conta própria, o indiciamento de autoridades com foro privilegiado, como presidente da República, ministros de Estado, senadores e deputados.

    Os advogados do senador pedem que o STF anule o indiciamento.

    Segundo a PF, os elementos probatórios indicam que Raupp recebeu R$ 500 mil de propina do esquema da Lava Jato, que foi disfarçada por meio de doações eleitorais em 2010.

    O indiciamento foi requerido pela delegada Graziela da Costa. Neste caso, o peemedebista foi acusado por três delatores: Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras), Alberto Youssef (doleiro) e Fernando Soares, o Baiano, apontado como operador do PMDB.

    Ele teriam apontado que a doação de R$ 500 mil tinha relação com a Lava Jato, foi realizada pela Queiroz Galvão e Vital Engenharia Ambiental sendo realizadas pelo Diretório Regional do PMDB de Rondônia, tendo como destino Raupp.

    Ao STF, a delegada afirmou que "não resta dúvida de que a doação ora sob investigação foi direcionada ao senador Valdir Raupp e que ele se utilizava de assessores e pessoas muito próximas para manejar os recursos, como seu cunhado e ex-assessor. "

    "Três colaboradores relataram a solicitação de vantagem indevida por parte de Valdir Raupp, assim como permitiram reforçar sua proeminência política capaz de influir nas decisões quanto à indicação ou manutenção de diretorias controladas pelo partido na Petrobras", completou.

    A PF sustentou que os registros na agenda de Paulo Roberto, os e-mails trocados entre Youssef e Othon Zanoide e a efetiva doação de R$ 500 mil pela Queiroz Galvão ao Diretório Regional do PMDB/RO "demonstram os primeiros elementos indicativos da materialidade dos crimes".

    Foram analisados ainda passagens aéreas, vínculos societários e familiares, cruzamento de extratos telefônicos dos envolvidos.

    Recentemente, ele também foi citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

    Raupp nega ligação com o esquema de corrupção e diz que suas doações foram legais e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

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