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    'Feriadões' juninos podem atrasar desfecho de Cunha na Câmara

    RANIER BRAGON
    DÉBORA ÁLVARES
    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    22/06/2016 17h00

    Ed Ferreira - 22.jul.2015/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 22-07-2015, 15h00: Plenario da Camara, em obras e sendo visitado por turistas durante recesso parlamentar. (Foto: Ed Ferreira/Folhapress, PODER)
    Congresso esvaziado nesta quarta-feira (22)

    As quartas-feiras são, tradicionalmente, os dias de maior trabalho e movimentação no Congresso Nacional. Na tarde desta quarta (22), porém, a Câmara dos Deputados vivia um típico dia de feriado, com corredores e plenário praticamente desertos, a não ser pela presença de turistas e integrantes de visitas guiadas.

    O esvaziamento é motivado por uma decisão do presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), em acordo com os líderes partidários, para liberar todos os deputados com grande antecedência para os festejos de São João, oficialmente realizados na sexta-feira (24).

    E semana que vem novamente deve ser dada folga na quarta, quinta e sexta, desta vez para as comemorações do Dia de São Pedro (29).

    Há uma possibilidade até mesmo de "emendar" São João e São Pedro e liberar a presença na segunda e terça também, o que levaria o "feriadão" da Câmara a durar 13 dias ininterruptos.

    A programação junina dos deputados pode protelar a votação da cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pelo plenário da Câmara, até então prevista para os dias 19 ou 20 de julho.

    Isso porque alguns prazos burocráticos do processo são contados em sessões, que só são realizadas com a presença mínima de 51 deputados com registro de presença no plenário.

    SILÊNCIO

    Não houve uma única votação na Câmara nesta quarta, nem no plenário nem nas comissões. A única atividade ocorreu pela manhã, quando o plenário realizou uma sessão, com pouquíssimos deputados, para debater o pacote de medidas anticorrupção do Ministério Público.

    Até às 16h, apenas 99 dos 513 deputados haviam em algum momento ingressado na Casa. No plenário, os discursos dos poucos deputados à tarde eram feitos para cadeiras vazias e para a TV Câmara.

    Maranhão chegou por volta das 15h30 ao gabinete da presidência. Como de hábito se recusou a parar para responder a perguntas da imprensa. No tumulto de repórteres e cinegrafistas no caminho entre o Salão Verde e seu gabinete, foi insistentemente questionado sobre a razão dos "feriadões" legislativos.

    Na maior parte do tempo, caminhou com o semblante impassível, sem responder aos questionamentos. Já quase entrando em seu gabinete, balbuciou algumas palavras supostamente em resposta às perguntas, mas na confusão não foi possível à reportagem da Folha discernir o que ele disse.

    Desde que assumiu interinamente o comando da Câmara, em 5 de maio, Maranhão nunca deu uma entrevista coletiva e resume suas manifestações a notas via assessoria ou a breves pronunciamentos sem direito a perguntas.

    Apesar de também não estar com uma lotação típica de quartas-feiras, o Senado tem sessão de votação prevista para esta quarta. Às 15h havia sete senadores em plenário e 34 com presença registrada no painel eletrônico, embora não estivessem no plenário naquele momento.

    A comissão que analisa o impeachment de Dilma Roussefff também funcionou no Senado.

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