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    Tucano vai presidir CPI da Merenda em SP; primeira sessão teve protesto

    REYNALDO TUROLLO JR.
    DE SÃO PAULO

    22/06/2016 17h53 - Atualizado às 19h44

    Marlene Bergamo - 6.mai.2016/Folhapress
     GALERIA DA SEMANA - MAIO 01 - Estudantes da rede pública de ensino invadem plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na zona sul de São Paulo (SP), onde pediram investigação de contratos superfaturados de merenda na gestão Alckmin (PSDB). (Foto: Marlene Bergamo/Folhapress)
    Alunos da rede pública ocuparam a Assembleia, em maio, cobrando investigação da máfia da merenda

    A primeira sessão da CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo, na tarde desta quarta-feira (22), teve a escolha do presidente da comissão –um deputado do PSDB–, discussão entre oposição e governistas e protesto de estudantes, mas terminou sem que fossem apreciados requerimentos de convocação de suspeitos e sem definição de relator.

    Composta por oito deputados da base do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e apenas um da oposição, a CPI elegeu Marcos Zerbini (PSDB) como presidente e Adilson Rossi (PSB) como vice-presidente.

    O petista Alencar Santana Braga tentou conseguir um dos cargos, mas foi vencido pelos governistas.

    Com menos de uma hora de reunião, o presidente Zerbini, que tem a prerrogativa de indicar o relator, encerrou a sessão argumentando que precisava chegar a um consenso com os membros do colegiado.

    O tucano propôs uma reunião fechada para a próxima terça (28), mas em meio a críticas do PT e gritos de dezenas de estudantes que lotaram um dos plenários da Assembleia, foi aprovada uma reunião aberta na terça, às 10h.

    O PT criticou o fato de que não foram votados os requerimentos apresentados pelo partido, que pediam a convocação do presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), citado no escândalo da máfia da merenda, e de integrantes do governo Alckmin –como Fernando Padula, ex-chefe de gabinete da Secretaria da Educação, e Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-chefe de gabinete da Casa Civil.

    "Eu não tenho conhecimento dos requerimentos. Nós precisamos [antes] aprovar uma ordem. Não podemos ouvir o presidente [Capez] agora se não temos ainda as acusações formais contra ele", rebateu Zerbini.

    "Eu não tenho nenhum receio de apurar nem de pedir a punição de quem quer que seja", completou.

    Segundo Zerbini, a reunião da próxima terça servirá para definir a periodicidade das sessões e o cronograma de trabalho. Ele disse que proporá que as reuniões continuem durante o recesso de julho.

    A oposição também fez críticas à composição da CPI, vista como "chapa branca". O presidente do colegiado, por outro lado, disse que foi respeitada a proporcionalidade das bancadas na Casa, conforme determina o regimento.

    Braga afirmou ao final da sessão que o PT irá à Justiça brigar por mais uma cadeira na CPI e que espera que os governistas façam "um gesto" de boa vontade permitindo que ele seja o relator. Segundo a reportagem apurou, no entanto, um dos nomes cotados para a relatoria é o do Delegado Olim (PP), também da base.

    "Queremos saber: há uma máfia da merenda? Há mais empresas envolvidas? Querer criar uma cortina de fumaça investigando municípios é mais uma tática do PSDB, da base do Alckmin, que não quer investigação profunda", disse o petista.

    A CPI, criada pelos deputados em maio após protestos de alunos da rede estadual, foi instalada na Assembleia cinco meses após a deflagração da operação Alba Branca pela polícia e pelo Ministério Público.

    A Alba Branca apura um suposto esquema de fraudes em licitações para fornecimento de itens da merenda pela cooperativa Coaf, mediante pagamento de propina a políticos e agentes públicos.

    Estão sob suspeita contratos com a Secretaria da Educação do governo Alckmin e com dezenas de municípios paulistas.

    Presente na reunião da CPI, o advogado da Coaf, Willian Rafael Gimenez, disse que a cooperativa foi "vítima" de sua antiga diretoria –que chegou a ser presa em janeiro– e que estuda pedir indenização, ao final das investigações, pelos prejuízos sofridos.

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