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    Lava Jato

    Dono de cervejaria foi sócio de 'banco da propina' da Odebrecht

    DE CURITIBA

    22/06/2016 20h47

    Um dos herdeiros do Grupo Petrópolis, Vanuê Faria, foi sócio da empreiteira Odebrecht na compra de um banco no Caribe para movimentar propina, segundo um delator da Lava Jato.

    A informação é do administrador Vinicius Borin, que abria contas secretas para a empreiteira no exterior e fez acordo de colaboração na última sexta-feira (17).

    Vanuê Faria, que é sobrinho de Walter Faria, dono do grupo, entrou com um terço da participação na filial do Meinl Bank em Antígua, segundo Borin. Foram gastos US$ 4 milhões na operação, feita em 2010.

    O Grupo Petrópolis nega irregularidades e diz que Vanuê é apenas um "ex-conselheiro", função que exerceu entre 2010 e 2011, e que nunca foi autorizado a agir em nome da empresa ou representá-la em qualquer situação.

    Assim como a Odebrecht, o empresário, de acordo com o delator, queria salvar seu dinheiro de um banco insolvente, o AOB (Antígua Overseas Bank). Ele tinha US$ 50 milhões em contas na instituição, disse Borin –a Odebrecht, cerca de US$ 15 milhões.

    Todo o dinheiro foi transferido para o Meinl Bank, afirmou o delator, que trabalhava para o AOB e também participou da operação.

    Fabricante de cervejas com sede no Rio de Janeiro, o Grupo Petrópolis já apareceu em fases anteriores da Lava Jato: uma conta de Walter Faria, dono da empresa, foi detectada como destinatária de recursos da Odebrecht no exterior.

    Os investigadores suspeitam que o grupo servia como intermediário no caminho da propina para a empreiteira.

    OUTRO LADO

    O Grupo Petrópolis informou que nunca teve participação em instituições financeiras no Brasil ou no exterior e que nunca autorizou alguém a agir em seu nome. Vanuê Faria, destaca a nota da empresa, é ex-conselheiro do grupo.

    "A suposta delação não responsabiliza a empresa", informa a nota.

    Procurada, a Odebrecht não quis se manifestar sobre a delação de Borin.

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