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    Lava Jato

    Paulo Bernardo tinha medo de ser preso havia mais de um ano

    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    23/06/2016 08h43

    Franklin de Freitas - 31.out.10/Folhapress
    O ex-ministro Paulo Bernardo e sua mulher, a senadora Gleisi Hoffmann
    O ex-ministro Paulo Bernardo e sua mulher, a senadora Gleisi Hoffmann, em imagem de 2010

    O ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo tinha medo de ser preso desde o dia 10 de abril de 2015. Naquela data, há pouco mais de um ano, o ex-deputado federal André Vargas era levado à prisão durante a 11ª fase da Operação Lava Jato.

    Vargas era conhecido por aliados como o operador de Paulo Bernardo desde que o ex-ministro era deputado federal pelo Paraná.

    Quando o ex-secretário de comunicação do PT foi preso, no ano passado, Bernardo deixou transparecer sua preocupação a amigos. Achava que seria o próximo.

    Vargas foi investigado por ter usado um avião alugado pelo doleiro Alberto Youssef, operador de propina na Petrobras. Teve o mandato cassado em 2014 e, depois, desfiliou-se do PT por risco de ser expulso do partido.

    A maior parte dos petistas tinha conhecimento da ligação entre Vargas e Bernardo e muitos integrantes do governo Dilma e da cúpula do PT sabiam do risco que o ex-ministro corria diante das investigações.

    ITAIPU

    Em agosto do ano passado, Dilma precisou suspender a nomeação de seu ex-ministro das Comunicações para a diretoria-geral brasileira da hidrelétrica Itaipu.

    A então presidente da República estava convencida a nomear o aliado mas foi alertada pelo então ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, a não fazê-lo. Ele disse que Paulo Bernardo poderia ser alvo da Polícia Federal a qualquer momento, o que irritou a mulher do ex-ministro, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

    A prisão de Bernardo, nesta quinta-feira (23), portanto, não surpreendeu os aliados de Dilma.

    O ex-ministro foi alvo de uma operação da Polícia Federal realizada em parceria com a Lava Jato. Ele foi detido em Brasília, no apartamento funcional de Gleisi, e deve ser levado à sede da PF em São Paulo.

    A operação, batizada de Custo Brasil, mira em um esquema de pagamento de propina em contratos de prestação de serviços de informática no Ministério do Planejamento.

    OUTRO LADO

    Após a publicação da reportagem, a assessoria de Mercadante enviou uma nota dizendo que "não são verdadeiras as citações feitas a ele" no texto. A Folha mantém a apuração.

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