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    Lava Jato

    Busca na casa de Gleisi e Paulo Bernardo foi legal, diz procurador

    BRUNO FÁVERO
    DE SÃO PAULO

    24/06/2016 17h12

    O procurador Rodrigo De Grandis negou nesta sexta-feira (24) que a operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal no apartamento funcional da senadora Gleisi Hoffmann tenha sido ilegal, como defendeu o Senado.

    A PF entrou no local nesta quinta-feira (23) durante a operação Custo Brasil, que prendeu o ex-ministro Paulo Bernardo, marido de Gleisi e que também mora no apartamento.

    Segundo o procurador, as buscas realizadas pela polícia se restringiram a itens relacionados a Paulo Bernardo e não tiveram como objetivo investigar a senadora, que tem foro privilegiado.

    "O Ministério Público executou a ação de acordo com a Constituição e a lei. A medida recaiu exclusivamente sobre o ex-ministro Paulo Bernardo e documentos pertinentes a ele. O fato de o ex-ministro Paulo Bernardo ser casado com a senadora não confere a ele mesmo foro", afirmou De Grandis.

    No mesmo dia da operação, o Senado entrou formalmente no STF (Supremo Tribunal Federal) com um pedido de nulidade da busca, alegando que a decisão de autorizar ou não o procedimento deveria ser dada pela corte, e não por um juiz de primeira instância.

    CUSTO BRASIL

    A Custo Brasil é um desmembramento da operação Lava Jato que investiga desvios no ministério do Planejamento, comandado por Paulo Bernardo de 2005 a 2011.

    Segundo a PF, de 2010 a 2015, a pasta superfaturou em R$ 100 milhões um contrato com a empresa de tecnologia Consist, que geria um sistema de crédito consignado a funcionários. Esse dinheiro teria sido usado para pagar propina a servidores, entre eles o ex-ministro, e para abastecer o caixa do PT.

    Como funcionava o esquema

    Além de Paulo Bernardo, foram emitidos mandados de prisão para o secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia; para o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, atualmente preso pela Lava Jato e Paulo Ferreira; e para o advogado Guilherme Gonçalves, que atuou nas campanhas da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher de Paulo Bernardo.

    O ex-ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Carlos Gabas, e o jornalista Leonardo Attuch, dono do site "Brasil 247", foram chamados para depor. A sede do PT foi, pela primeira vez, alvo de busca e apreensão.

    No total, foram expedidos 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução judicial nos Estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal, a pedido da PF, pela 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo.

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