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    Desdobramentos da Lava Jato reduzem chance de Cunha se salvar

    DANIELA LIMA
    DE BRASÍLIA

    02/07/2016 02h00

    Ricardo Botelho -21.jun.2016/Brazil Photo Press/Folhapress
    O deputado afastado, Eduardo Cunha durante coletiva de imprensa no Hotel Nacional, região central de Brasília, na manhã desta terça-feira, 21.
    O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB)

    Os novos desdobramentos da Lava Jato fecharam o cerco ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e praticamente enterraram as chances que o peemedebista tinha de reverter a recomendação de cassação de seu mandato feita pelo Conselho de Ética da Câmara.

    A avaliação foi feita nesta sexta-feira (1º) por parlamentares de diversos matizes e até por alguns dos principais aliados de Cunha. Mesmo integrantes do governo do presidente interino, Michel Temer, reconhecem que a situação do deputado afastado chegou ao limite.

    O Planalto vinha monitorando a repercussão das notícias que vinculavam Temer a Cunha. Os resultados, afirmou um auxiliar do presidente interino, mostram que o deputado peemedebista se tornou uma figura "tóxica".

    O monitoramento das redes sociais mostrou que a divulgação de um encontro entre Temer e Cunha na residência oficial do interino em Brasília, no último domingo (26), recebeu 93% de menções negativas em comentários na internet. Com algum esforço foi possível classificar 6% dessas interações como neutras.

    Ainda assim, o Planalto se esforçou para, desde que o encontro ocorreu, dar demonstrações públicas a Cunha de que ele não havia sido abandonado por Temer.

    A iniciativa, no entanto, também foi por água abaixo com as novas acusações que vieram à tona nesta sexta.

    A cúpula do PSDB, que vinha tentando capitanear um acordo em torno de um nome indicado por Cunha para sucedê-lo na presidência da Câmara, abrindo espaço para a renúncia do peemedebista, foi bombardeada por deputados da sigla, que rechaçaram qualquer aceno ao deputado.

    Os tucanos pressionaram líderes da sigla a desmentirem publicamente qualquer articulação em torno de Cunha e garantiram que o peemedebista não terá "um voto favorável sequer" entre os deputados do PSDB que atuam na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), colegiado ao qual recorreu para tentar reverter a decisão do conselho.

    Nem a renúncia é vista como moeda de troca capaz de salvar Cunha da perda do mandato. Aliados do peemedebista dizem que ele perdeu o timing para usar o recurso.

    Nesse ambiente, cresceram os rumores de que, acuado, o peemedebista poderá buscar elementos para pressionar o governo e os colegas da Câmara a mudarem de ideia.

    Aliados disseram ao próprio Temer que havia risco de Cunha gravar conversas privadas para usá-las posteriormente. Esses rumores têm irritado o peemedebista. A interlocutores ele já disse que esse tipo de ilação só serve para deixá-lo ainda mais isolado politicamente.

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