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    Lava Jato

    Cabral pediu 'mensalão' para Andrade em seu 2º mandato, diz executivo

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    06/07/2016 15h52

    Rafael Wallace - 24.set.2015/Divulgação
    Ex-governador Sérgio Cabral, em evento no PMDB-RJ
    Ex-governador Sérgio Cabral, em evento no PMDB-RJ

    O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) pediu, no início de seu segundo mandato (2011-2014), o pagamento de uma propina mensal pela Andrade Gutierrez, segundo uma delação da Operação Lava Jato.

    O depoimento foi dado no fim de junho por Rogério Nora de Sá, presidente da construtora Andrade Gutierrez –cujos executivos firmaram acordo de colaboração com os investigadores.

    Segundo ele, a reunião ocorreu em 2011. Cabral disse que estava "no início do governo, ainda sem projeto, sem obra", e pediu a propina "a título de adiantamento", sinalizando que haveria contratos para a construtora ao longo da gestão.

    O pedido foi de R$ 350 mil por mês.

    Sá disse ter assentido "de imediato" com o governador, mas não explica de que forma os pagamentos teriam sido feitos.

    O executivo ainda afirma, como fizeram outros delatores da empresa em depoimentos anteriores, que as obras de reurbanização das favelas da Rocinha, Manguinhos e Alemão renderam 5% de propina para Cabral.

    Os contratos teriam sido divididos por meio de cartel entre as construtoras, e a propina, repassada via doações oficiais a Cabral.

    O governador ainda teria pedido 1% das obras de terraplenagem do Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro). O depoimento de Sá foi dado no último dia 23 de junho.

    OUTRO LADO

    A Folha entrou em contato com a assessoria do ex-governador, mas não havia obtido retorno até a tarde desta quarta-feira (6).

    Em ocasiões anteriores, Cabral manifestou "indignação e repúdio" às declarações dos delatores.

    O ex-governador disse que "jamais interferiu em quaisquer processos licitatórios de quaisquer obras em seu governo nem tampouco solicitou benefício financeiro próprio ou para a campanha eleitoral".

    Ele já é alvo de um inquérito da Lava Jato que corre no Superior Tribunal de Justiça.

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