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    Operação corre risco desde o primeiro dia, diz procurador da Lava Jato

    MARCO ANTÔNIO MARTINS
    DO RIO

    07/07/2016 21h12

    Jorge Araújo/Folhapress
    Sao Paulo, SP, Brasil 07.07.2016 Policia Federal deflagra a operacao Caca Fantasmas Foto:Jorge Araujo/Folhapress cod 0703
    Polícia Federal deflagra a operação Caça Fantasmas

    O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, declarou que a operação ou investigações semelhantes correm risco com a aprovação de leis que delimitem a sua atuação.

    A maior preocupação é sobre projetos que impedem a delação premiada. A declaração foi dada na noite desta quinta (7), após a sua palestra no encerramento do congresso da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital, no Rio.

    "A Lava Jato corre risco desde o seu primeiro dia mas esse risco se intensificou à medida que o número de investigados cresceu, principalmente investigados influentes e poderosos. Eu não tenho dúvidas de que as iniciativas continuarão a existir. E, neste processo, a nossa única defesa é a sociedade. Por isso, a sociedade e a imprensa devem ficar atentas ao que está acontecendo", afirmou.

    O procurador se mostrou preocupado com a tramitação de projetos no Congresso Nacional que vedam a delação premiada. Atualmente, há oito projetos desse tipo, sendo sete na Câmara Federal e um no Senado.

    De acordo com Dallagnol, 70% dos casos de delação da Lava Jato foram obtidos com réus soltos. Segundo ele, a medida ajudou na recuperação de bilhões desviados dos cofres públicos.

    "O oferecimento do projeto sobre esse pacote não pode ter outra razão senão atrapalhar a investigação", disse.

    Durante pouco mais de uma hora, Deltan Dallagnol falou à uma plateia de executivos sobre a operação Lava Jato e o projeto de "Dez medidas contra a corrupção", que trata de propostas de mudanças na legislação para dar celeridade aos processos judiciais, além de endurecer as punições para casos de corrupção.

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