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    Alckmin negocia cargos com partidos por apoio a João Doria

    THAIS BILENKY
    DE SÃO PAULO

    08/07/2016 02h00

    Joel Silva -20.mar.2016/Folhapress
    sao paulo,sp BRASIL- 20-03-2016 : João Doria, pré-candidato pelo PSDB à Prefeitura de São Paulo, acompanha o governador Geraldo Alckmin, votando no colegio Joana D'arc no Diretório Zonal do Butantã.. ( Foto: Joel Silva/ Folhapress ) ***PODER *** ( ***EXCLUSIVO FOLHA***)
    João Doria, pré-candidato pelo PSDB à Prefeitura de São Paulo, e o governador Geraldo Alckmin

    O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, negocia cargos em sua gestão para garantir apoios à campanha de João Doria à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB.

    De acordo com diferentes interlocutores, Alckmin manifestou que daria uma secretaria para o PV, uma para o PP e outra possivelmente para o PHS, que contemplaria diferentes partidos menores como o PMB, o qual inclusive teria sido sondado para indicar um secretário-adjunto de alguma pasta.

    Contando PPS e PSB, aliados ao governo estadual, Alckmin fechou uma coligação que garantirá pelo menos 20 minutos de tempo de TV a Doria. O PSDB ainda negocia com o PSC e o DEM.

    A campanha à reeleição do prefeito Fernando Haddad (PT) calcula ter cerca de 21 minutos de tempo de TV no horário eleitoral gratuito.

    Ele deve formalizar até o fim do mês os apoios de PDT, PC do B, PR e Pros.

    Com suas negociações, Alckmin evitou que PMB ou PV ficassem com o PSD do vereador Andrea Matarazzo ou com o PMDB da senadora Marta Suplicy, ambos pré-candidatos à prefeitura.

    No cálculo de pessoas próximas a Alckmin, a polarização é vista como positiva para o governador.

    Ao tornar Doria, nome antes dado como fraco, um candidato forte, não apenas Alckmin demonstra força dentro do PSDB, como começa a desenhar a coligação de sua provável candidatura à Presidência em 2018.

    Ao mesmo tempo, o governador mantém em sua gestão o Solidariedade e o PTB de Campos Machado, que negocia com outras candidaturas, no intuito de mantê-los aliados em 2018.

    O governo e Doria negam trocar cargos por alianças. O pré-candidato diz que se coliga por questão "programática". Alckmin, em nota, disse que "não existe qualquer relação entre a administração pública e a lógica eleitoral. A escolha de secretários obedece única e exclusivamente a critérios técnicos voltados ao interesse público".

    NEGOCIAÇÕES

    Alckmin sinalizou que o presidente nacional do PV, José Luiz Penna, assumiria a Cultura, o presidente estadual do PHS, Laércio Benko, ficaria com Turismo e Ricardo Salles, seu ex-secretário particular, com o Meio Ambiente pelo PP. Há ainda expectativa de que a legenda fique com o Detran.

    O presidente estadual do PMB, Jaime Fusco, poderia ser o adjunto no Turismo. Pesa contra ele o fato de ter atuação no Rio, advogado de traficantes como Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, e ser um homem representando o Partido da Mulher Brasileira.

    Como todas as movimentações do governo geraram barulho, é possível que Alckmin reformule a distribuição.

    HADDAD

    A coligação de Haddad na eleição é a mesma de seu governo atualmente. A sinalização é de que ele deve manter o espaço dos aliados em eventual nova gestão.

    Deve, porém, rever casos como o do PC do B, que tem hoje a vice-prefeitura, duas secretarias e duas subprefeituras. Possui, no entanto, apenas um vereador.

    A vice ficaria com Gabriel Chalita, que deixou o PMDB para manter a aliança com Haddad pelo PDT.

    Já o PR, que tem quatro vereadores, chefia as secretarias de Esportes e Verde, além de uma subprefeitura.

    O presidente nacional do partido, Antonio Carlos Rodrigues, ex-ministro de Dilma Rousseff (PT), disse que o PSDB sondou o PR, mas ele recusou a oferta.

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