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    A pedido do Planalto, Maranhão antecipa eleição da Câmara

    GUSTAVO URIBE
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    10/07/2016 20h09

    Alan Marques/Folhapress
     presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), durante sessão no plenário da Câmara
    O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), durante sessão no plenário da Câmara

    Em um acordo fechado com o respaldo do Palácio do Planalto, o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu antecipar a eleição da sucessão da Casa Legislativa para quarta-feira (13).

    Ele sinalizou a mudança em conversas neste domingo (10) com líderes da base aliada, que vinham pressionando para que ela fosse realizada antes da quinta-feira (14). O receio era de que, por falta de quórum, a escolha ficasse para a volta do recesso branco, em agosto.

    Na semana passada, o governo interino pediu a líderes da base aliada que tentassem convencer Maranhão a mudar a data.

    No sábado (9), o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), sondou Maranhão sobre a nova data e o primeiro-secretário, Beto Mansur (PRB-SP), havia marcado reunião com a Mesa da Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (11) para tentar também convencê-lo sobre a alternativa.

    A decisão prejudica o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Aliado do peemedebista, o "centrão" pretendia eleger na terça-feira (12) o novo presidente com o objetivo de inviabilizar a sessão da Comissão de Constituição e Justiça que deve rejeitar o último recurso do peemedebista.

    O presidente da comissão do impeachment de Dilma Rousseff, Rogério Rosso (PSD-DF) ainda é o favorito do "centrão" para a sucessão, mas há outros candidatos que pleiteiam a vaga, como o segundo-vice presidente da Casa, Giacobo (PR-PR) e o primeiro-secretário, Beto Mansur (PRB-SP).

    No outro flanco da base de Michel Temer, Rodrigo Maia (DEM-RJ) tenta se colocar como a opção a candidatos apoiados por Cunha e costura um acordo com o PT (58 deputados) e os demais partidos de esquerda.

    Ele promete dar a eles tratamento justo no Legislativo em eventual gestão sua. Antigo aliado de Cunha, ele rompeu com o peemedebista ao ser preterido por ele na escolha do líder do governo na Câmara.

    PMDB

    Para evitar a piora do racha na base aliada, o Palácio do Planalto tem tentado convencer a bancada do PMDB a não lançar nenhuma candidatura.

    Na avaliação dele, o partido de Michel Temer não pode promover um "desgaste desnecessário" e deve ter neste momento uma "postura republicana" e abrir espaço para um partido aliado, sobretudo do chamado "centrão".

    O próprio comando nacional da sigla avalia que é um erro ficar isolado na disputa parlamentar e que o partido deve fazer uma composição.

    Com esse objetivo, a bancada peemedebista pretende se reunir no início desta semana para tentar chegar a um consenso.

    Com o aceno petista ao nome de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência, o governo interino tem demonstrado resistência ao apoio a uma candidatura do democrata, mas não exclui endossá-lo caso ele se viabilize como favorito.

    O Palácio do Planalto não quer repetir o confronto da última eleição, quando a presidente afastada Dilma Rousseff atuou contra a candidatura de Eduardo Cunha, que eleito para o cargo acabou acolhendo o pedido de impeachment da petista.

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