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    Acusações sobre participação em desvios são vingança, afirma Requião

    DE SÃO PAULO

    11/07/2016 02h00

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 19-03-2014, 11h00: Plenário da CCJ do Senado, sob a presidência do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), durante discussão de projeto de autoria do senador Roberto Requião (PMDB-PR) que prevê mandato de 8 anos para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O relator da matéria senador Romero Jucá (PMDB-RR) posicionou-se contra. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Requião durante plenário da CCJ do Senado

    O senador Roberto Requião (PMDB-PR) afirmou que a versão de um delator que o acusou de liderar um esquema de desvios no Conselho de Contribuintes e Recursos Fiscais, que julga questões tributárias no Paraná, são "vingança" contra ele.

    As acusações do delator, o auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, foram reveladas pela Folha em 4 de julho. A reportagem já contemplava a versão do governador, de que ele teria combatido a corrupção praticada por fiscais da Secretaria da Fazenda.

    Em pedido de direito de resposta, o senador diz que as acusações "são uma clara vingança contra mim, já que, no período em que governei o Paraná, isentei pequenas empresas de imposto e retirei a fiscalização sobre elas, coibindo o achaque contra empresários".

    Os desvios, na versão do delator, teriam ocorrido durante a gestão de Requião à frente do governo do Estado, entre 2003 e 2010.

    No pedido à Folha, Requião afirma que a própria estrutura do conselho evitava "acertos". O órgão era composto por 24 conselheiros –metade deles indicados pelo Fisco e o restante por federações patronais–, além de dez representantes da Fazenda e de um procurador do Estado.

    "Essa estrutura torna impossível a realização de qualquer 'acerto' no órgão que, desde 1972, tem uma tradição de lisura, competência e honestidade", diz.

    Ainda segundo o senador, por conta dessa estrutura seria impossível um representante do conselho "acumular poder suficiente para exercer qualquer influência".

    O delator afirmou que uma filha advogada do secretário da Fazenda de Requião, Heron Arzua, era sócia de um escritório que resolvia problemas no conselho.

    Requião diz que essa versão é insustentável, já que ela "não obteve qualquer receita pelo exercício da advocacia no período em que foi vogal do conselho".

    O próprio secretário da Fazenda do seu governo, segundo Requião, se afastou do escritório em 2002, antes de assumir o cargo. De acordo com o parlamentar, Heron Arzua "não obteve qualquer renda derivada do exercício da advocacia" no período em dirigiu a Secretaria da Fazenda.

    Requião nega também que tenha sido sócio do escritório de Arzua.

    O senador afirma ainda que o próprio delator o inocentou ao fazer a seguinte afirmação sobre o suposto esquema de desvios: "Na época do Requião, ficou meio suspenso, meio parado, e voltou agora com o Beto", referindo-se ao atual governador Beto Richa (PSDB), que já refutou essa acusação.

    A delação do fiscal foi anulada por suspeita de que ele estava extorquindo outros envolvidos no esquema, mas seu conteúdo continua sob investigação pelo Ministério Público Federal.

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