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    Com caciques em baixa, PMDB busca renovar em capitais

    JOÃO PEDRO PITOMBO
    DE SALVADOR

    11/07/2016 02h00 - Atualizado às 10h43 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Ricardo Borges/Folhapress
    O ex-secretário de Governo do Rio Pedro Paulo (PMDB), pré-candidato à prefeitura
    O ex-secretário de Governo do Rio Pedro Paulo (PMDB), pré-candidato à prefeitura

    Ele não tem Sarney, Lobão ou Murad no sobrenome. Entrou no PMDB do Maranhão com a função de limpar os banheiros da sede do diretório estadual. Hoje, está prestes a ser confirmado como candidato a prefeito da capital.

    Fábio Câmara, vereador em São Luís e pré-candidato à prefeitura da capital maranhense, faz parte de uma nova leva de candidatos que o PMDB apresentará nestas eleições municipais.

    Com seus principais caciques investigados na Operação Lava Jato desgastados por derrotas nas últimas eleições, o partido do presidente interino, Michel Temer, apostará numa renovação de quadros na disputa deste ano.

    Com candidatos lançados em 18 capitais, os peemedebistas terão 13 nomes que nunca disputaram o cargo de prefeito.

    Nove deles disputarão pela primeira vez uma eleição majoritária, incluindo candidaturas em grandes centros como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Belém.

    Em São Luís, pela primeira vez em o PMDB terá um candidato a prefeito que cresceu politicamente fora da órbita da família Sarney, em baixa desde a derrota para o governador Flávio Dino (PCdoB) em 2014.

    De origem pobre, o vereador Fábio Câmara lançou sua pré-candidatura em meio a um vácuo de novos líderes no PMDB. E deve ser confirmado na disputa, mesmo sem o apoio expresso dos principais caciques do partido.

    "Sei que fujo do padrão de candidato do partido, não sou de família tradicional. Mas não estou preocupado se terei o apoio do senador [Edison] Lobão ou da ex-governadora Roseana [Sarney]. A minha força virá do povo de São Luís", afirma.

    Em Belém, terra do senador Jader Barbalho, o partido também vai apostar em uma novidade para as eleições deste ano.

    A sigla deixou de lado a pré-candidatura de José Priante, primo de Barbalho, e indicou o nome de Carlos Maneschy, ex-reitor da Universidade Federal do Pará.

    Será a estreia de Maneschy nas urnas.

    "Buscamos um novo quadro, sintonizado com o desejo de mudança da população, mas que ao mesmo tempo foi testado e aprovado como gestor da maior universidade da Amazônia", diz Helder Barbalho (PMDB), ministro da Integração Nacional.

    BELO HORIZONTE

    Também haverá novidade em Belo Horizonte, onde a legenda vai disputar a prefeitura da capital mineira com o advogado Rodrigo Pacheco, deputado federal em primeiro mandato.

    Pacheco foi escolhido após disputa interna com o deputado federal Leonardo Quintão, que já havia disputado a prefeitura em 2008.

    "Esta é uma eleição que estabelece novos parâmetros, com uma campanha mais curta e sem dinheiro de empresas. O momento é de renovar e mostrar uma nova forma de fazer política", afirma o peemedebista, que promete fazer uma campanha "com poucos recursos e boas propostas".

    VELHOS NOMES

    Na contramão das novas candidaturas, em Boa Vista, a prefeita Teresa Surita –ex-mulher e aliada do senador Romero Jucá (PMDB)– tentará eleger-se para o que seria o seu quinto mandato à frente da prefeitura da capital de Roraima.

    Já em Goiânia, Iris Rezende anunciou que não vai disputar a prefeitura pela quarta vez.

    RECÉM-FILIADOS

    Em Estados como São Paulo e Alagoas, o caminho para o PMDB lançar um nome na disputa pela prefeitura foi a conciliação com antigos adversários convertidos em "cristãos novos" no PMDB.

    Na capital paulista, a sigla de Michel Temer aposta na candidatura da senadora –e ex-petista– Marta Suplicy.

    Em Maceió, reduto do presidente do Senado, Renan Calheiros, o PMDB lançou o ex-prefeito Cícero Almeida, também recém-peemedebista.

    Apesar de não serem adversários, ambos estiveram em lados opostos em 2004 e 2008 em Maceió, quando Almeida foi eleito e reeleito sem o apoio de Renan.

    Adversários classificam a aliança alagoana como "um casamento de conveniência". Almeida nega: "Sempre tive um bom relacionamento com o senador Renan. Ele me ajudou em muito momentos difíceis", afirma.

    Deputado federal licenciado e com passagem por oito partidos, Almeida é réu em uma ação penal no STF por suposto envolvimento na Máfia do Lixo de Maceió. Ele nega as acusações e diz que vai provar sua inocência.

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    CARAS NOVAS

    PMDB deve disputar 18 capitais; em 9, candidatos estreiam em majoritárias

    RIO DE JANEIRO
    Pedro Paulo
    Primeira eleição majoritária

    BELO HORIZONTE
    Rodrigo Pacheco
    Primeira eleição majoritária

    SÃO LUÍS
    Fábio Câmara
    Primeira eleição majoritária

    BELÉM
    Carlos Maneschy
    Primeira eleição majoritária

    PORTO VELHO
    Williames Pimentel
    Primeira eleição majoritária

    RIO BRANCO
    Eliane Sinhasique
    Primeira eleição majoritária

    MANAUS
    Marcos Rotta
    Primeira eleição majoritária

    CURITIBA
    Requião Filho
    Primeira eleição majoritária

    CUIABÁ
    Valtenir Pereira
    Primeira eleição majoritária

    JOÃO PESSOA
    Manoel Júnior

    FLORIANÓPOLIS
    Gean Loureiro

    MACAPÁ
    Gilvan Borges

    BOA VISTA
    Teresa Surita

    SÃO PAULO
    Marta Suplicy

    VITÓRIA
    Lelo Coimbra

    MACEIÓ
    Cícero Almeida

    PORTO ALEGRE
    Sebastião Melo

    Fonte: Diretórios partidários

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