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    Candidato à chefia da Câmara, Castro não responde sobre tema polêmico

    DÉBORA ÁLVARES
    ISABEL FLECK
    DE BRASÍLIA

    13/07/2016 02h00

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) fala ao celular após ser o escolhido pela bancada peemedebista como candidato à Presidência da Câmara
    Marcelo Castro (PMDB-PI) após ser escolhido pela bancada peemedebista como candidato

    Os candidatos que figuram como os mais cotados para a sucessão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) evitam confrontar o peemedebista e desconversam sobre suas prioridades legislativas.

    À Folha Marcelo Castro diz que tratará o caso Eduardo Cunha de forma impessoal e evita se posicionar sobre o estatuto da família.

    Mesmas perguntas foram feitas a Rogério Rosso (PSD-DF) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), que não quis responder.

    *

    Folha - O sr. é a favor ou contra a cassação do mandato de Eduardo Cunha?
    Marcelo Castro - Nem contra nem a favor. Eu serei o presidente da Casa e vou botar tudo de acordo com o regimento. Seguirá o processo dele e de qualquer outro o rito normal de qualquer processo: nem privilegiando, nem atrapalhando, nem prejudicando quem quer que seja. A coisa aqui será impessoal.

    Qual é a prioridade de seu mandato, tendo em vista que mais da metade dele será consumida pelo recesso branco e pelas férias de fim de ano?
    Será um mandato curto, para concluir o mandato do Eduardo Cunha, mas será um semestre. Não é tão curto assim. O que eu prevejo é que a nossa Casa tem vivido muito tempo de muito conflito, de muita briga, de muita radicalização. Está na hora de nós termos paz, tranquilidade, estabilidade, previsibilidade, harmonia e muito diálogo para criar um clima favorável para que a gente possa aprovar as reformas e as medidas que são necessárias para tirar o Brasil dessa profunda crise em que se encontra.

    Qual sua posição pessoal sobre os temas:

    a) Criminalização do aborto
    Eu fui ministro da Saúde e respondi muito essa questão. A gente tem que estar de acordo com a lei. A sociedade brasileira tem que fazer esse diálogo. Esse é um diálogo importante para ser feito. E o Congresso Nacional representa a sociedade com uma decisão, mas a lei do Brasil hoje proíbe [o aborto]. Então é obrigação de qualquer homem público é de se restringir dentro da lei.

    b) Repasse da atribuição de demarcação de terras indígenas do Executivo para o Congresso
    Isso é uma questão que está andando aqui no Congresso, se arrastando há vários anos e o que eu vou fazer na Presidência da Casa, se eu chegar lá, é fazer tudo dialogando, dividindo responsabilidades, tomando decisões com o colegiado. Essa é uma daquelas decisões que trazem muito conflito, muita radicalização, muita emoção, muita paixão dos dois lados. Então tem que ser bem discutido, bem mastigado, para se encontrar uma solução para todos os lados.

    c) Estatuto da família (define entidade familiar apenas como a união entre homem e mulher)
    [Pausa] Vocês me dispensam dessa resposta?

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