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    Empreiteiros podem ter atuado por diretor da Petrobras, diz PF

    FELIPE BÄCHTOLD
    DE SÃO PAULO

    14/07/2016 02h00

    Paulo Lisboa - 20.jun.15/Folhapress
    CURITIBA, PR, BRASIL,20-06-2015, 10h15: 14ª FASE OPERAÇÃO LAVA-JATO - Presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, chega ao IML para realização de exame de corpo delito na manhã deste sábado, em Curitiba, 20. Foto: Paulo Lisboa/Folhapres, EXCLUSIVA)
    Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez

    Uma conversa interceptada no celular de Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, mostra-o discutindo a indicação de um advogado para um "rapaz", que, para a PF, pode ser o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

    O diálogo foi feito em meio a uma discussão sobre a instalação da CPI da Petrobras, em abril de 2014. Duas semanas antes, havia sido deflagrada a primeira fase da Operação Lava Jato —Costa foi detido três dias após a etapa inicial da operação.

    Léo Pinheiro, então presidente da construtora OAS, diz que uma "decisão" sobre a CPI foi adiada e pergunta a Azevedo: "O advogado do rapaz poderia ser o Ferrão?". O então presidente da Andrade sugere conversar a respeito com "Adriano" da Odebrecht e indica outro nome para a defesa –Nabor Bulhões.

    O executivo da Andrade pede rapidez. Nenhum dos advogados citados atuou na defesa de Costa. Mas, no relatório da PF, como ele tinha sido detido havia pouco tempo, "é possível" que estejam falando do ex-diretor.

    Ele se tornou o primeiro delator da Lava Jato, em agosto de 2014, e ficou preso no Paraná por quase seis meses.

    Os diálogos entre Azevedo e Pinheiro são parte da ação penal em que o alvo é o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), à época vice-presidente da CPI da Petrobras e acusado de cobrar propina de empreiteiros. O então presidente da OAS diz que Argello estava "indócil".

    As conversas falam ainda em debater "forma de atuação" na "agenda legislativa". Um dos temas é a Medida Provisória 627, de 2013, que alterava a tributação do lucro de empresas no exterior.

    A OAS e a Odebrecht não se manifestaram. A defesa de Azevedo reafirmou que ele já esclareceu o conteúdo das mensagens junto a autoridades. A defesa de Paulo Roberto Costa não respondeu até o fechamento desta edição.

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