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    Empresa bancou evento de Doria, diz Ministério Público

    THAIS BILENKY
    DE SÃO PAULO

    14/07/2016 02h00

    Um vídeo mostrando João Doria (PSDB) em jantar bancado por uma empresa entrou na mira do Ministério Público Eleitoral. No evento, em junho, ele fala abertamente como pré-candidato a prefeito de São Paulo.

    No entendimento da promotoria, o ato configura doação de campanha por pessoa jurídica, o que o Supremo vetou em setembro de 2015.

    O promotor Carlos Bonilha afirmou que já reuniu elementos "fortes" e suficientes para entrar com ação na Justiça contra Doria por abuso de poder econômico. A legislação só permite que a ação seja ajuizada após o registro da candidatura, que pode ocorrer até 15 de agosto.

    Se acolhida pela Justiça, a ação pode levar à cassação da candidatura ou do mandato, caso o tucano seja eleito. Se isso ocorrer, ele ficará inelegível por oito anos.

    O evento, um jantar realizado em 9 de junho na casa de eventos Club A, teve o custo de R$ 60 mil bancado pela Gocil, empresa de segurança associada ao Grupo Lide, fundado por Doria.

    Ao MPE, o PSDB afirmou que o evento não teve conotação política. No entanto, o pré-candidato disse na ocasião que pretendia ser prefeito. "Ao final dos quatro anos –não vou disputar reeleição, depois é renovação– quero ter o orgulho de dizer: cumpri o meu dever e fui um bom prefeito", discursou.

    Bonilha ainda usará como base para a ação depoimentos do senador José Anibal (PSDB), do ex-governador Alberto Goldman (PSDB) e do vereador Adolfo Quintas (PSD) dando conta de suposta compra de votos de filiados nas prévias do PSDB.

    Ao Ministério Público, Quintas afirmou que Doria chegou a dar até R$ 5.000 para militantes o apoiarem e conseguirem mais votos nas prévias do PSDB.

    Doria também teria oferecido transporte para filiados comparecem às prévias e feito propaganda irregular, o que teria sido documentado em fotos. O pré-candidato acusa Quintas de calúnia na Justiça.

    Bonilha também analisa se houve abuso de poder político na pré-campanha. Os indícios seriam o uso da imagem do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e de cargos de seu governo.

    O promotor se refere a passeios de Alckmin com Doria pela periferia e a distribuição de fotos de ambos para favorecer o pré-candidato. Há ainda menção a "loteamento de cargos em troca de apoios partidários". Alckmin negociou cargos com PP, PHS e PV para formar a coligação de Doria.

    OUTRO LADO

    O advogado do tucano, Anderson Pomini, disse que seu cliente ainda não foi intimado a se manifestar e que tem confiança de que a ação não prosperará.

    A defesa de Doria afirmou que o jantar custeado pela Gocil era uma "homenagem" a Doria e "não guarda qualquer relação com as eleições municipais". Já os depoimentos de Aníbal, Goldman e Quintas seriam "mero inconformismo com o resultado das eleições prévias do PSDB da capital, desprovidos de qualquer elemento probatório".

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