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    Temer pede a Rodrigo Maia retomada da estabilidade na Câmara

    GUSTAVO URIBE
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    14/07/2016 11h56 - Atualizado às 16h15

    Com o receio de um prolongamento do racha na base aliada, o presidente interino, Michel Temer, aproveitou nesta quinta-feira (14) o primeiro encontro com o novo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para iniciar estratégia para tentar curar as feridas abertas pelo processo parlamentar.

    Em reunião de cerca de meia hora, no gabinete presidencial do Palácio do Planalto, o peemedebista fez um apelo ao democrata pela retomada do clima de estabilidade na Câmara dos Deputados e defendeu que eventuais rupturas ou desentendimentos criados durante a disputa eleitoral sejam superados em nome da governabilidade.

    No encontro, o presidente interino pediu celeridade na análise da pauta de interesse do Palácio do Planalto na volta do chamado "recesso branco", em agosto. Ele citou, por exemplo, o teto para os gatos públicos, a renegociação das dívidas estaduais e as reformas trabalhista e previdenciária.

    Na presença do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), que também participou da reunião no Palácio do Planalto, o peemedebista defendeu a adoção para o segundo semestre de uma "agenda de unidade nacional".

    Ela incluiria, além de tópicos da chamada "Agenda Brasil" do Senado Federal, a realização de uma ampla reforma política. A avaliação feita no encontro foi de que o tema deve ser finalmente enfrentado no país.

    HARMONIA

    Mais cedo, antes do encontro, o presidente interino avaliou que a escolha de Maia trará maior harmonia na relação entre o Legislativo e o Executivo.

    Ele disse que ficou "felicíssimo" com a escolha do democrata e ressaltou que o resultado do processo parlamentar revela uma distensão do clima de animosidade que havia no país.

    "Senti que o Brasil está se distensionando. Nós teremos uma harmonia muito maior que será útil para o Poder Executivo. No caso, é preciso ter um apoio substancioso do Poder Legislativo, sem o qual fica difícil de governar. Os candidatos eram praticamente todos da base aliada e foi uma disputa muito competente e adequada, tendo o resultado que a Câmara dos Deputados desejou", disse.

    Segundo o peemedebista, a Câmara dos Deputados deu uma demonstração de "conduta cívica" no processo eleitoral. Ele elogiou o fato dos dois finalistas da disputa sucessória, Maia e Rogério Rosso (PSD-DF), terem se abraçado antes do anúncio do resultado final.

    DIFICULDADES

    Para o dia seguinte da eleição parlamentar, o peemedebista definiu que terá de identificar os focos de insatisfação dentro da base aliada para garantir a aprovação da agenda econômica de interesse do Palácio do Planalto.

    A candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI), por exemplo, foi vista como resultado da insatisfação da bancada mineira do PMDB à condução do governo federal, sobretudo na distribuição de cargos e emendas.

    O grupo mineiro ficou sem participação na Esplanada dos Ministérios e ainda busca emplacar um nome no Ministério do Turismo.

    O Palácio do Planalto tentará ainda aproximação com Fernando Giacobo (PR-PR), que ficou em quarto na disputa eleitoral. Ele quer indicar um nome para diretoria de Itaipu Binacional e deve ser atendido na reivindicação.

    O parlamentar contribuiu para rachar o "centrão" e foi responsável por conduzir a sessão da Câmara dos Deputados em que o Palácio do Planalto saiu derrotado na votação do pedido de urgência para tramitação do projeto da renegociação das dívidas estaduais.

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