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    o impeachment

    Fungos e parasitas corroem democracia, diz Dilma no Piauí

    YALA SENA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM TERESINA

    15/07/2016 21h23

    Em ato no Piauí, a presidente afastada Dilma Rousseff comparou nesta sexta-feira (15) o processo de impeachment a uma árvore atacada por "fungos e parasitas". Ela discursou por quase meia hora, reafirmou que não renunciará e disse crer que voltará ao cargo para "pacificar" o país.

    Dilma afirmou passar por um golpe "disfarçado e frio", semelhante a uma árvore atacada a golpes de machado.

    "Vamos imaginar que essa democracia seja uma árvore e essa árvore seja atacada em um golpe militar, o machado a destrói, derruba você, tira o governo e tira também o regime, derrubando a árvore", disse. "Neste golpe que eles chamam de golpe escondido, golpe disfarçado, golpe frio, nesse a árvore não é atacado pelo machado, mas ela é atacada por fungos e parasitas, que corrói por dentro a instituição".

    O ato de apoio à presidente afastada aconteceu na praça Pedro 2º e contou com cerca de 8.000 pessoas, segundo balanço da Frente Brasil Popular –a PM estima em 3.000 pessoas. O público, a maioria trabalhadores rurais com bandeiras do MST, além de CUT e partidos PCO e PC do B, soltou balões vermelhos e brancos e muitos levaram cartazes em formato de coração com a frase: "coração valente". Durante as falas, havia gritos de: 'Volta, querida!".

    Com a presença no Piauí, a presidente afastada encerra a semana de visitas ao Nordeste por líderes petistas aberta na segunda-feira (11) pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na Bahia e em Pernambuco, Lula defendeu Dilma e conclamou o público a brigar com senadores e "enchê-los" de mensagens de whatsapp para que votem contrários ao processo de impeachment em curso no Senado.

    Ao se defender de que não praticou crime de responsabilidade, fez uma analogia com sua atividade física mais conhecida. "O Ministério Público disse que não tem pedalada. Tirando as da bicicleta que eu ando, não tem pedalada. Eu acho grave é que estão tomando medidas de cunho permanente em um governo provisório. Se eu não voltar vão ficar permanentes".

    'VOU VOLTAR'

    Ao lado do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), Dilma voltou a garantir que não irá renunciar ao cargo.

    "Eles acharam que o caminho mais fácil, por eu ser mulher, era a renúncia, há uma conspiração de ricos e brancos e não vou renunciar, não. Não vou renunciar, pois não tenho conta nesse cartório, e nem no exterior".

    A presidente afastada disse que voltará ao cargo e criará um ambiente de salvação nacional. "Nós seremos capazes que assim que voltar a presidência de pacificar esse pais, de criar um ambiente verdadeiro de salvação nacional, não esse aí, do salve-se quem puder, mas a verdadeira salvação de todos os brasileiros".

    Durante seu discurso, Dilma não citou o nome do presidente interino Michel Temer, mas sim fez menção ao "governo que está ai". Segundo ela, o governo trabalha com um plano de cortar despesas, privatizar, vender o patrimônio do país e o de buscar outras formas de receitas.

    A presidente afastada atacou, ainda, o projeto de aumentar a jornada de trabalho para 80 horas ao defini-lo como a "volta da escravidão".

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