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    Lava Jato

    Suposto setor de propina respondia a Marcelo Odebrecht, diz testemunha

    BELA MEGALE
    DE SÃO PAULO

    20/07/2016 17h27

    Um dos funcionários da Odebrecht afirmou em depoimento ao juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato, que o departamento de operações estruturadas do grupo baiano respondia diretamente ao diretor-presidente da empresa Marcelo Odebrecht, preso há mais de um ano.

    Segundo o funcionário Marcos Paula Sabiá, que atua no segmento de recursos humanos da empresa, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, preso em março na 26ª fase da Lava Jato, era o chefe do departamento de operações estruturadas e na "macroestrutura [do grupo] ficava ligado ao diretor-presidente".

    O departamento é apontado pelos investigadores como a área responsável pelo pagamento de propina da companhia.

    Em delação premiada firmada com a força-tarefa da Lava Jato, a ex-secretária Maria Lúcia Tavares explicou como funcionava a movimentação de recursos ilícitos no setor.

    Questionado por Moro se o diretor-presidente era Marcelo Odebrecht, o funcionário respondeu que sim.

    No entanto, Sabiá afirmou que não tinha conhecimento sobre as atividades realizadas pelo suposto setor que pagava propinas.

    Ele foi uma das testemunhas que prestou depoimento nesta quarta (20) na ação decorrente da 26ª fase, a "Xepa", que investiga funcionários da Odebrecht que trabalharam no setor de operações estruturadas, assim como colaboradores que prestaram serviços à área.

    Essa é a primeira vez que um funcionário da empresa que não é alvo da operação afirma que o departamento de operações estruturadas se reportava a Marcelo Odebrecht.

    Procurada para se manifestar sobre o assunto, a Odebrecht não quis se manifestar.

    TIETAGEM

    O padre Luis Moreira Simões de Oliveira, convocado pela defesa do investigado Hilberto Mascarenhas, aproveitou o depoimento ao juiz Sergio Moro para tietá-lo.

    No fim do interrogatório, ao agradecer o padre pela colaboração, Moro ouviu como resposta: "Foi um prazer falar com o senhor. Todos brasileiros gostariam de falar".

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