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    Petrobras afasta gerente executivo de comunicação

    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    21/07/2016 12h20

    A Petrobras informou nesta quinta-feira (21) o afastamento do gerente executivo de Comunicação e Marcas, Luis Fernando Nery, que ocupava o cargo desde a demissão do sindicalista Wilson Santarosa, em março de 2015.

    O afastamento de Nery, que perde o cargo mas permanece na empresa, dá início a um processo de reformulação na área de comunicação da companhia, que passou 12 anos comandada por sindicalistas e é alvo de investigações internas.

    A vaga será ocupada interinamente pelo chefe de gabinete da presidência da Petrobras, Antônio Augusto Almeida Faria, informou a estatal em comunicado.

    A Folha apurou que a empresa não descarta buscar um executivo de mercado para tocar a reformulação da área, que tem entre suas atribuições cuidar dos contratos de publicidade (que consomem cerca de R$ 230 milhões por ano) e patrocínios (R$ 271,2 milhões em 2015), além de comunicação interna e atendimento à imprensa.

    A área teve grande crescimento durante a gestão petista e chegou a ter mais de 1.100 empregados, mas começou a ser reduzida em 2015, ainda na gestão Aldemir Bendine.

    "A decisão (de afastar Nery) se enquadra na visão de que a Petrobras passará por um processo de renovação de sua comunicação interna, externa e de marcas após a revisão do planejamento estratégico da companhia, o que deve ocorrer até o fim de setembro", justificou a companhia.

    A troca no comando da comunicação era defendida desde 2015 pelo conselho de administração da estatal, sob a alegação de que Nery tinha grande proximidade com a gestão PT e resistia a promover mudanças na área.

    Nery foi gerente do sindicalista Santarosa, que comandou a comunicação da estatal por 12 anos, até sua demissão em 2015.

    No comunicado divulgado nesta quinta, a Petrobras informa que realizou mudanças nos procedimentos da área de comunicação e está está finalizando uma auditoria interna sobre gastos deste segmento.

    A investigação deve ser encerrada em agosto, disse a companhia. "A Petrobras tomará todas as medidas legais para buscar o ressarcimento de danos, além de encaminhar esse material aos órgãos de investigação competentes para futuras ações na Justiça."

    CARNAVAL

    Em reportagem publicada nesta quinta, o jornal "O Globo" mostra que verba de patrocínio da Petrobras foi usada para comprar milhares de ingressos para o carnaval da Bahia, que foram distribuídos entre políticos e dirigentes da estatal.

    Segundo o jornal, a verba também beneficiou familiares do sindicalista Armando Trípodi, que ocupou cargos importantes na empresa durante a gestão PT e foi demitido em 2015 após denúncias de recebimento de propina.

    Um trio elétrico chamado Tripodão, controlado por um primo do sindicalista e que tem como estrela principal sua filha, Vibiane Trípodi, recebia patrocínio da estatal.

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