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    Moro homologa delação de operadores de 'banco da propina' na Lava Jato

    DE SÃO PAULO

    22/07/2016 19h06

    Reprodução/TV Globo
    A polícia esteve no início da manhã no prédio da Odebrecht, em São Paulo
    Sede da Odebrecht, em São Paulo

    O juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, homologou acordos de delação premiada de ex-responsáveis por um banco suspeito de operar contas secretas no exterior.

    Luiz Augusto França, Marco Sousa Bilinski e Vinicius Borin trabalhavam no Brasil para o Antígua Overseas Bank e para o banco Meinl, que é investigado por relações com a empreiteira Odebrecht fora do Brasil.

    A decisão de Moro foi expedida no último dia 12 e anexada em processos da Lava Jato no sistema da Justiça nesta sexta-feira (22).

    Cada um deles terá que pagar multa de R$ 1 milhão.

    Borin havia sido preso na 23ª fase da Lava Jato, cujo alvo principal era o marqueteiro do PT, João Santana. Parte de pagamentos de caixa dois a Santana, sustenta o Ministério Público Federal, foram feitos pela Odebrecht fora do Brasil.

    Em depoimentos prestados em junho e revelados agora, os ex-executivos afirmaram que a ponte com a Odebrecht inicialmente era feita por Olívio Rodrigues Júnior, que permanece preso.

    Borin disse que achava que a empreiteira articulava contas no exterior por questões de planejamento tributário, mas, com o avanço da Operação Lava Jato, concluiu que "grande parte" dos pagamentos se referiam a despesas ilícitas.

    Também contou que comprou junto com França e Bilinski e executivos da Odebrecht participação em uma filial do Meinl Bank, da Áustria, em Antígua, no Caribe. Disse que contas foram "migradas" do Antigua Overseas para o Meinl Bank e mais tarde encerradas devido ao avanço da Lava Jato.

    Na época, disse, recebeu sugestão de deixar o Brasil.

    Luiz Augusto França afirmou na delação que o executivo da Odebrecht Luiz Eduardo Soares, preso em abril, chegou a recorrer ao primeiro-ministro de Antígua para que as autoridades do paraíso fiscal não colaborassem com o Brasil na Lava Jato para evitar "impacto negativo" na ilha.

    Também afirma que toda a administração superior da empreiteira tinha conhecimento da estrutura financeira paralela no exterior.

    A Odebrecht não comenta o assunto.

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