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    Marta critica Dilma e Haddad e diz que não aumentará taxas se for eleita

    DE SÃO PAULO

    28/07/2016 12h27 - Atualizado às 20h42

    Lucas Lima/UOL
    ******INTERNET OUT******* SÃO PAULO, SP, BRASIL, 28-07-2016, 10h: Marta Suplicy, pré candidata a prefeitura de São Paulo pelo PMDB, participa de sabatina organizada pelo UOL, Folha de S. Paulo e SBT. (Foto: Lucas Lima/UOL). ATENCAO: PROIBIDO PUBLICAR SEM AUTORIZACAO DO UOL
    A senadora Marta Suplicy, candidata à prefeitura de São Paulo pelo PMDB, durante sabatina

    A senadora Marta Suplicy (PMDB), pré-candidata a Prefeitura de São Paulo, se comprometeu nesta quinta-feira (28) a não aumentar taxas em uma eventual gestão sua na cidade e disse ter se arrependido de ter criado a taxa do lixo em 2003, quando era prefeita.

    "Sim, me arrependo, acho que a cidade naquele momento não tinha condição de ter aquela taxa", afirmou em resposta à pergunta feita na sabatina realizada pela Folha, UOL e SBT sobre sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo.

    Quando criou a Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares, a então prefeita ganhou o apelido de "Martaxa". Na mesma entrevista, a senadora se posicionou contra o qualquer aumento de imposto em nível nacional.

    AS SABATINAS

    Por outro lado, a pré-candidata admitiu que o governo federal terá que realizar cortes em áreas importantes como educação e saúde, atribuindo a necessidade disso à gestão da presidente afastada, Dilma Rousseff.

    "O governo tem que tomar medidas complicadíssimas e, se eu tiver que votar nessa matéria, eu votarei sim", disse. "Para a gente conseguir sair da situação a que Dilma nos levou, vamos ter que tomar decisões difíceis", acrescentou.

    A senadora também fez inúmeras críticas à presidente afastada e ao atual prefeito, Fernando Haddad, ambos do PT, partido que Marta deixou no ano passado. A ex-prefeita falou da oposição que fez à escolha do PT de lançar a candidatura de Dilma para um segundo mandato. "Presidente, isso é um erro crasso. Estou fora", teria dito à Lula.

    Marta Suplicy - Datafolha

    Perguntada, respondeu qual seria, na sua avaliação, o maior erro político do petista: "Escolher a Dilma e escolher o Haddad". A pré-candidata pelo PMDB foi preterida pelo PT para disputar a Prefeitura de São Paulo quando Haddad se elegeu.

    Na sabatina, ela negou ser esse o motivo de sua desfiliação no ano passado. "Se não, eu teria saído em 2012", argumentou. Perguntada da possibilidade de ser associada ao antigo partido na época em que ele está em baixa, ela demonstrou não se preocupar: "Para o bem e para o mal, eu sou a Marta e os eleitores me conhecem".

    A senadora também foi questionada sobre a coerência de deixar o PT pelo PMDB, sigla que também conta com um rol de políticos citados nas investigações da Operação Lava Jato.

    "O PT teve três tesoureiros presos e decepcionou muitos os seus eleitores", respondeu, referindo-se a João Vaccari Neto, Delúbio Soares e Paulo Ferreira. "O PMDB tem gente investigada, mas não tem um esquema organizado como no PT", continuou.

    A senadora defendeu ainda que todos os grandes partidos terão pessoas citadas em investigações. "Não tem nenhum grande partido estruturado que não tenha gente investigada, a Lava Jato veio para ficar."

    'OLHAR SOCIAL'

    Psicóloga renomada antes de disputar cargos eletivos, Marta usa a expressão "olhar social" para falar das suas propostas para a cidade.

    Na educação, pretende promover "resgate dos meninos" das periferias que são incentivados a ir para a criminalidade. Prometeu "revolucionar a educação em São Paulo para a criança" e qualificar o professor.

    Na questão do crack, disse ter planos para afastar as moradias oferecidas aos dependentes recém desintoxicados do centro, onde se comercializa a droga. Mas disse não pretender manter o programa Braços Abertos, da gestão Haddad.

    Sobre os moradores de rua, afirmou vê-los "como gente"e falou em planos para oferecer moradias, trabalho, refeições, roupa lavada e banho para animais de estimação.

    VEJA A SABATINA

    Veja o vídeo

    Confira os temas tratados na sabatina:

    *

    PMDB

    "O PT é um partido que decepcionou muito os seus eleitores, não só a mim. O PMDB tem gente investigada, não tem um sistema de corrupção organizado como tem o PT."

    "Entrei no PMDB porque é um partido estruturado, desenvolvimentista e onde eu caibo. Tenho espaço para agir lá dentro."

    NOVOS ALIADOS

    "As críticas [do Andrea Matarazzo, antes oponente e hoje vice de Marta] são feitas na emoção, entendo perfeitamente qual era posição dele, de adversário. Nós dois percebamos que essa é uma aliança vencedora para São Paulo.

    "[Eu e Serra conversamos] 'en passant' (de passagem), eu não participei desse tipo de negociação".

    'ÁGUAS PASSADAS'

    "Fiquei furiosa [com críticas de Serra, sucessor de Marta, sobre as contas deixadas]. Não era verdade. Tinham restos a pagar que você podia fazer na lei e pagar em janeiro, com a entrada de impostos. Aquilo foi em um momento bem político de ardor de campanha. Ainda bem que são águas passadas, porque na política a gente acaba esquecendo e relevando."

    TAXAS

    "Me arrependo [de ter criado a taxa do lixo em 2003], acho que naquele momento a cidade não tinha condição de ter aquela taxa. Vou ser uma prefeita que não vou aumentar taxas e impostos."

    MODA

    "Eu tenho cabeça de vanguarda. Moda cria muita receita. Estou com um grupo pensando a moda da cidade. Tá lá o [Herchcovitch] Alexandre, o Sandro Barros, o Samuel Cirnansck. É uma cadeia de empregos."

    SAÚDE

    "O que pode dar uma economia muito grande para a Saúde é a gestão que não tem. Não existe um prontuário. Vamos fazer um cartão para a pessoa com todas as consultas."

    EDUCAÇÃO

    "Vou trabalhar em qualificar professor. Vai ser uma revolução. Vamos ter pessoas na escola com olhar social de resgate dos meninos."

    CICLOVIAS

    "Na periferia tem muito pouca e é só 'ciclotinta'. Esse modal integrado ele [Haddad] não pensou. Ele quis fazer uma quilometragem grande. Tem que fazer direito."

    UBER

    "[Isenção para Uber e táxi] é uma boa ideia porque isso vem em um conjunto de desburocratizar a cidade. É uma série de obrigações que tem [para taxistas] e chega o Uber e não tem obrigação nenhuma."

    MARGINAIS

    "Eu não acho que necessariamente foi essa mudança de velocidade que levou à diminuição de mortes. A diminuição tem que ser reavaliada. Tem gente deixando o carro em casa. O pedágio teve queda de 15% de gente que passa. O mais fácil é diminuir e multar. E arrecada R$ 1 bilhão de multa."

    PRIVATIZAÇÕES

    "Isso eu dei ate risada [da proposta de João Doria de levar à iniciativa provada aos corredores de ônibus]. Um bom corredor é concretado, é caro. Quem investe em uma PPP quer um retorno. Qual o retorno que ele pensa que vai ter?"

    LULA

    "Eu disse a ele [sobre a escolha de Dilma]: 'Presidente, isso é um erro crasso. Estou fora', teria dito à Lula."

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