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    Lava Jato

    Justiça do Rio condena ex-presidente da Eletronuclear a 43 anos de prisão

    MARCO ANTÔNIO MARTINS
    DO RIO

    04/08/2016 10h06

    Sergio Lima - 26.mai.2011/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 26-05-2011, 11h30: Debate sobre segurança do Programa Nuclear Brasileiro na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentavel na Camara dos Deputados, diretor presidente da Eletronuclear, Othon Luiz P. Silva e o presidente da Comissão, deputado Geovani Cherini. (Foto: Sergio Lima/Folhapress, PODER)
    O ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, conhecido por almirante Othon

    O ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva foi condenado, nesta quarta-feira (3), a 43 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa durante as obras da usina nuclear de Angra 3.

    A decisão é do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, em processo que é um desmembramento da Operação Lava Jato.

    O magistrado ainda condenou outras 12 pessoas. Cabe recurso.

    Em depoimento prestado à Justiça Federal em abril, almirante Othon, como é conhecido, reconheceu que recebeu dinheiro durante a obra da usina, mas negou que fosse pagamento de propina.

    De acordo com o juiz Bretas, o processo judicial "comprovou a existência de sofisticada organização criminosa em atuação no âmbito da Eletronuclear entre 2007 a agosto de 2015 quando determinada a prisão de alguns integrantes de seus integrantes".

    Em sua denúncia, o Ministério Público Federal afirma haver divisão de tarefas no grupo com repasses de propina a políticos e a administradores da Eletronuclear. O caso que trata dos políticos foi encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal).

    PROPINA

    Segundo a Procuradoria, o almirante Othon cobrava propina de 1% nos contratos feitos com as empreiteiras Andrade Gutierrez e Engevix.

    De acordo com as investigações, havia cobrança de propina por meio de contratos fictícios entre a empresa Aratec -de propriedade da filha do almirante- e outras empresas intermediárias, que recebiam valores da Andrade Gutierrez e da Engevix.

    Para os investigadores, esses pagamentos a intermediários tentavam dissimular a origem ilícita do dinheiro e havia uma estruturação e divisão de tarefas no que chamam de organização criminosa onde as empreiteiras garantiam vantagens a Othon Silva.

    Em sua delação, o ex-diretor da Andrade Gutierrez Flávio Barra declarou que, em 2013, passou a ser responsável por pagar cerca de 1% do valor de contratos de Angra 3 ao dirigente da Eletronuclear.

    Entre os outros condenados está o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo, a sete anos e quatro meses de detenção. A pena dele foi reduzida por ele ter feito acordo de delação premiada.

    José Antunes Sobrinho, ex-sócio da Engevix, foi condenado a 21 anos de prisão. A filha do almirante Othon, Ana Cristina Toniolo, foi condenada a 14 anos e dez meses.

    OUTRO LADO

    A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa dos condenados.

    No processo, Azevedo informou que não participou "dos fatos em julgamento e deles não tinha conhecimento". Os demais negam as acusações.

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