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    o impeachment

    Kátia Abreu afirma que Temer não deveria ter sido vice de Dilma em 2014

    MARIANA HAUBERT
    GABRIEL MASCARENHAS
    DE BRASÍLIA

    04/08/2016 11h43

    Alan Marques/Folhapress
    A ministra da Agricultura Kátia Abreu faz a defesa da presidente Dilma Rousseff na Comissão do Impeachment no Senado.
    Kátia Abreu em defesa da presidente afastada Dilma Rousseff na Comissão do Impeachment no Senado

    Aliada da presidente afastada, Dilma Rousseff, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) endureceu as críticas ao seu correligionário, o presidente interino, Michel Temer, durante a reunião da comissão especial do impeachment, nesta quinta-feira (4).

    Ao defender o voto contrário ao afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff, Kátia Abreu afirmou que o peemedebista deveria ter negado o convite para manter-se como vice no segundo mandato da petista se considerava seu governo tão ruim assim.

    "Se Temer achava que o [primeiro] governo estava muito ruim, podia ter recusado ser vice novamente. Mas não, ele continuou na chapa e foi eleito, até com a ajuda do meu voto", acusou a senadora.

    Katia, ex-ministra da Agricultura de Dilma, questionou a legitimidade de seus colegas para falarem em ética e correção.

    "Com relação à opinião pública e ao descrédito da presidente por causa de corrupção, quem aqui pode dizer de corrupção? Mensalão e Petrolão não são de um partido só[...] O sistema político está podre, e a presidente é uma mulher honesta, digna. Já nos partidos políticos, é difícil salvar um", concluiu a senadora.

    COMISSÃO DO IMPEACHMENT

    A sessão de votação do relatório final da Comissão Especial do Impeachment, agendada para as 9h, começou com cerca de 40 minutos de atraso. Cada integrante do colegiado tem até cinco minutos para defender suas posições. Em seguida, será votado o relatório de Antônio Anastasia (PSDB-MG), que pede o impeachment de Dilma.

    O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), classificou o processo como uma "pedalada constitucional" porque o Senado quer afastar uma presidente que, de acordo com ele, não cometeu crime de responsabilidade.

    "Esses decretos jamais justificariam a retirada de uma presidente. Os crimes que ela cometeu são os mesmos cometidos por outros presidentes. Escolheu-se a criminosa e agora procuram qual é o crime", disse.

    "O que estamos fazendo é dar uma pedalada constitucional. Estamos passando por cima da Constituição em nome de um projeto de poder. Querem vencer no parlamento porque não conseguem vencer nas urnas. Duvido que esse plano de governo fosse aprovado pelos eleitores. Acusaram Dilma de farra fiscal e o que esse presidente tem feito até agora?", completou.

    Apesar dos discursos, até os aliados da petista dão a fatura como liquidada e calculam que somarão, no máximo, seis dos 21 votos da comissão.

    José Medeiros (PSD-MT) foi um dos que se posicionaram favoravelmente ao parecer de Anastasia. "A presidente cometeu um crime contra a decência de uma nação. O relatório não deixa dúvida. Cometeu crime e sobrou para a população. Está na hora de ela arcar com as consequências", argumentou.

    Já a senadora Ana Amélia (PP-RS) rechaçou a tese de que o processo é um golpe. "O rito está sendo respeitado aqui. Se assim não fosse, e aí de novo cai a narrativa do golpe, caberia ao Supremo Tribunal Federal suspender este processo e a Suprema Corte não o fez, pois as leis e a Constituição estão sendo cumpridas rigorosamente."

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