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    Europa é modelo para projeto sobre jogos de azar no Brasil

    DIOGO BERCITO
    DE MADRI

    07/08/2016 02h00

    Andrea Comas -26.set.2012/Reuters
    A fountain is seen in front of the Casino Gran Madrid, September 26, 2012. A U.S. tycoon's plan for a massive "Eurovegas" near Madrid might look like a terrifying prospect for Spain's existing casinos, but the struggling local industry hopes to benefit from the arrival of a big new competitor. Spain's casinos have seen revenue fall 40 percent since 2007, hit by a prolonged economic crisis that has put the country at the centre of the European debt crisis. Picture taken September 26, 2012. REUTERS/Andrea Comas (SPAIN - Tags: ENTERTAINMENT BUSINESS SOCIETY) ORG XMIT: PDH203 ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Fachada do Cassino Gran Madrid, na capital espanhola

    Caso o Senado aprove a regulação dos jogos de azar, matéria que está em discussão na Casa e tem apoio de setores do governo federal, o Brasil se aproximará de um cenário que já está em vigor na Europa.

    Entre os pontos em debate está a quem caberia a fiscalização de jogos como bingos e cassinos.

    No bloco europeu, as roletas ajudam a rodar a economia, um empurrão bem recebido após os anos de crise financeira.

    A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, estima que esse mercado valha cerca de € 85 bilhões (R$ 300 bi), com crescimento anual de 3%. Jogos on-line têm 6,8 milhões de consumidores e representam mais de 12% do setor.

    As apostas virtuais são uma das áreas de maior interesse para a cooperação entre os Estados-membros, já que essa é uma modalidade que cruza fronteiras.

    Diversos países exigem, hoje, que as empresas sejam registradas em cada local para poder permitir o jogo on-line.

    Ouvido pela reportagem, um porta-voz da comissão esclareceu que não há uma legislação que valha para todo o bloco.

    Regulação e fiscalização dependem dos países, desde que estejam de acordo com as normas da União Europeia, como a livre movimentação de serviços.

    A ausência de uma legislação europeia está, segundo o porta-voz, "relacionada às diversas abordagens quanto aos jogos de azar nos diversos Estados-membros, levando em conta fatores morais, culturais e religiosos".

    Na Áustria, por exemplo, regulação e fiscalização têm como um de seus nortes o controle do vício no jogo, incluindo possível tratamento.

    No Chipre, a legislação varia de acordo com o mapa. No sul da ilha, aprovou-se recentemente o funcionamento de cassinos. No norte, turco, já há diversos deles.

    Na Espanha estava proibido até 2012 que uma sala de jogos fosse aberta a menos de 29 quilômetros da capital, Madri. Com uma mudança na legislação, foi aberto no ano seguinte um cassino no centro dessa cidade.

    BLACKJACK

    A reportagem da Folha visitou o Cassino Gran Madrid durante a semana e encontrou mesas de blackjack –o chamado "vinte-e-um"– abarrotadas de jogadores lançando suas fichas. Em algumas partidas todo o público era composto de chineses.

    O complexo também inclui mesas de poker, máquinas de caça-níquel (uma delas em 3D) e um bar. É possível, ainda, apostar em competições esportivas, como a Olimpíada deste ano no Rio.

    GIBRALTAR

    Os jogos de azar têm se espalhado pelo continente, e países europeus vêm legislando sobre as apostas on-line durante os últimos anos. Uma das regiões que mais lucram com o setor é o território britânico de Gibraltar, no sul da península Ibérica.

    Segundo Peter Howitt, chefe da Associação de Apostas e Jogos de Gibraltar, o setor contribui com 25% do PIB (Produto Interno Bruto), se somados outros negócios e serviços relacionados.

    Howitt, que também representa a firma de direito Ramparts, especializada no setor financeiro e legislação europeia, diz que Gibraltar esteve na vanguarda dos jogos on-line nos anos 2000.

    Esse território ao sul da Espanha atraiu, dessa maneira, funcionários capacitados. Há também impostos atraentes, distintos daqueles cobrados no Reino Unido.

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