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    Jovem diz que PSC ignorou denúncia de tentativa de estupro por Feliciano

    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    07/08/2016 19h57

    Raquel Cunha - 4.set.2014/Folhapress
    Deputado federal Marco Feliciano durante entrevista para a TV Folha
    Deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) durante entrevista para a "TV Folha"

    A jornalista Patrícia Lélis, 22, afirmou que o PSC (Partido Social Cristão) ignorou denúncia de que o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) teria tentado estuprá-la.

    A afirmação foi feita por meio do perfil da militante da legenda em uma rede social, como resposta a nota do partido que anunciava apuração interna sobre o caso.

    "Procurei o partido assim que os fatos ocorreram. Resultado? Me disseram: 'Patrícia é melhor você ficar calada, não vamos tomar nenhuma providência'", escreveu.

    A jovem afirma que entregou um arquivo de computador com provas, incluindo áudios de conversas e vídeos. No entanto, segundo ela, não foram tomadas providências.

    Lélis diz que o pastor a arrastou pelos cabelos, a socou e levantou sua saia quando ela recusou um convite para ser sua namorada em troca de um cargo em Brasília.

    "A 'direita' e principalmente pessoas do PSC sempre disseram que odeiam o crime, mas quando o criminoso é do próprio partido, o caso é diferente", afirmou Lélis.

    Segundo ela, outras jovens sofreram assédio e também passarão a denunciar o caso após sua história vir à tona.

    A direção nacional do PSC afirmou ter criado uma comissão interna, composta por três membros. Um deles é o vice-presidente nacional da legenda, Marcondes Gadelha. Os outros pertencem ao PSC Mulher e ao PSC Jovem.

    "Os três vão analisar os acontecimentos que envolvem o deputado federal Marco Feliciano, assim como as atitudes atribuídas ao seu Chefe de Gabinete, em denúncias veiculadas pela imprensa", afirma nota divulgada nas redes sociais.

    O chefe de gabinete do deputado, Talma Bauer, chegou a ser detido em São Paulo na sexta-feira (5), e foi solto na madrugada de sábado.

    Bauer é suspeito de coagir a jornalista a gravar dois vídeos em que ela voltava atrás na acusação contra Feliciano, supostamente usando uma arma para obrigá-la a entrar em um carro. Também será apurado se Bauer tentou subornar Lélis para que não denunciasse o deputado.

    OUTRO LADO

    Feliciano divulgou vídeo em que se defende das acusações. "Eu quero dizer a todos vocês que embora eu esteja com o coração quebrado, machucado, com a minha família toda sofrendo, eu não vou julgar essa moça, eu perdoo ela, embora eu espere que ela seja responsabilizada pela falsa comunicação do crime", disse.

    Ele afirmou que, por não ser corrupto, teve sua moral atacada. Segundo ele, o caso não passa de "uma grande farsa, de um grande engodo."

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