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    Cheque veio de outro assessor, afirma investigado no caso da merenda em SP

    DE SÃO PAULO

    08/08/2016 21h40

    O advogado Mauricio Jalil, que representa José Merivaldo dos Santos, investigado sob suspeita de ter recebido propina em um suposto esquema de fraudes na merenda em São Paulo, afirmou nesta segunda-feira (8) que o nome de seu cliente foi indevidamente envolvido no caso.

    Merivaldo é ex-assessor do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), e estava lotado, na época dos fatos, na liderança do PSDB na Casa.

    Como a Folha noticiou, Merivaldo depositou em sua conta, no ano passado, um cheque emitido pela cooperativa suspeita, a Coaf, no valor de R$ 50 mil.

    Editoria de Arte/Folhapress
    CAMINHO DO DINHEIRO Investigados na máfia da merenda, assessores de Fernando Capez (PSDB) teriam recebido pagamento de propina
    CAMINHO DO DINHEIRO Investigados na máfia da merenda, assessores de Fernando Capez (PSDB) teriam recebido pagamento de propina

    O cheque era para pagar a primeira parcela de um total de R$ 200 mil previstos em um contrato de gaveta assinado entre a Coaf e outro ex-assessor de Capez, Jeter Rodrigues Pereira.

    Para investigadores, tanto o contrato como o cheque eram referentes a propina do esquema da merenda.

    Segundo Jalil, porém, Merivaldo colocou seu nome no cheque e o depositou em sua conta a pedido de Pereira, que é quem o havia recebido da Coaf.

    O defensor afirmou que Merivaldo aceitou fazer isso porque Pereira lhe disse que o dinheiro era fruto de um serviço prestado e ele não poderia depositar em sua própria conta por causa de dívidas –o que faria o valor ser bloqueado.

    Além disso, de acordo com Jalil, Pereira devia uma quantia a Merivaldo, que seria descontada desses R$ 50 mil. O cheque da Coaf, porém, voltou porque não tinha fundos.

    "Merivaldo iria sacar o dinheiro e entregar para o Jeter", disse o advogado.

    Jalil também negou que o negócio previsto no contrato de gaveta entre Pereira e a Coaf fosse ser transferido para uma empresa do filho de Merivaldo, como disse Pereira em entrevista à Folha em abril. Para o defensor, a história não faz sentido.

    "Por que o nome do Merivaldo ou da empresa do filho dele não está no contrato com a Coaf desde o início, se eles estavam atuando juntos?", questionou. Para Jalil, a versão de Pereira é mentirosa.

    Procurado, Pereira disse que foi contratado pela Coaf para levantar certidões em cartório e acompanhar o processo junto à Secretaria de Educação, mas que o serviço não foi prestado por falta de pagamento.

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