O candidato à Prefeitura de São Paulo, deputado federal Celso Russomanno (PRB-SP), afirmou em nota que sua absolvição da acusação de peculato pelo STF (Supremo Tribunal Federal) confirmou as expectativas e que agora o foco é nas eleições.

A decisão por três votos a dois foi da segunda turma do STF. Com isso, ele se livrou de ser enquadrado pela Lei da Ficha Limpa e poderá concorrer às eleições a prefeito de São Paulo.

"A justiça foi feita", afirma o comunicado do deputado. "São Paulo é uma cidade grande, com muitos desafios a serem superados. Estamos focados em vencer as eleições e garantir serviços públicos de qualidade na cidade".

O deputado e apresentador de TV era acusado de usar dinheiro da Câmara dos Deputados para pagar o salário da ex-gerente de sua produtora de vídeo Sandra de Jesus, entre 1997 e 2001.

A direção nacional do PRB já pensava no nome de Robson Tuma como plano B, no caso de que Russomanno fosse impedido de disputar as eleições, mas afirmou que confiava na absolvição.

"Confiando na inocência do Russomanno e na Justiça, a gente sempre imaginou que ele seria o candidato", afirmou presidente em exercício do PRB, senador Eduardo Lopes.

Lopes admite a possibilidade de adversários usarem o fato de a decisão não ter sido tomada por unanimidade para atacar Russomanno, mas duvida que isso afete o candidato. "O primeiro lugar na pesquisa é sempre aquele que tem que ser batido. Vamos seguir apresentando as propostas e procurar errar o mínimo", afirmou.

REPERCUSSÃO

A campanha do candidato João Doria (PSDB) afirmou que já contava com a presença de Russomanno na disputa e que a decisão não altera a estratégia.

A campanha avaliou que a permanência de Russomanno torna a disputa "mais difícil", porque distribui melhor o voto do eleitor que quer mudança.

Um auxiliar do tucano disse, porém, que, na fase inicial, Russomanno dificulta mais a campanha de Marta Suplicy (PMDB), porque Doria ainda é desconhecido.

Para a campanha do PSDB, o extremo da periferia ainda está com o PT. Regiões mais centrais da periferia e o centro é que estarão em disputa pelos principais candidatos. São eleitores das classes B, C e D que se desencantaram com o PT e estão dispostos a votar em novos nomes.

Coordenador da campanha de Marta, José Yunes reconhece que uma eventual saída de Russomanno da disputa, hoje, beneficiaria a peemedebista mais que aos outros candidatos, pois ela viraria líder.

Contudo, ele disse acreditar que no decorrer da campanha Marta assumirá a dianteira. "Eu acho que a população certamente irá seguir o voto da relatora", disse, em referência à ministra Cármen Lúcia, que votou pela condenação de Russomanno.

Os demais candidatos não se manifestaram sobre a absolvição de Russomanno.