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    análise

    Resultado afeta a todos, mas dói mais em Marta e João Doria

    FÁBIO ZANINI
    EDITOR DE "PODER"

    10/08/2016 03h16

    A confirmação da candidatura de Celso Russomanno pelo Supremo Tribunal Federal interrompe os planos de adversários que já salivavam com sua impugnação.

    O espólio eleitoral do deputado federal pelo PRB interessaria a todos, mas a dois em especial: Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB).

    Numa primeira análise, Marta é a maior prejudicada. No cenário testado pelo Datafolha sem Russomanno, em julho, ela liderava com 21% das intenções de votos.

    Juntando essa marca ao impulso político dado pela surpreendente aliança com Andrea Matarazzo (PSD), Marta poderia chegar ao segundo turno quase que por inércia.

    A ex-prefeita petista compete diretamente com Russomanno no eleitorado de menor renda, na qual ambos estão em empate técnico.

    Seu apelo na periferia, recall de uma gestão que tem obras a mostrar por lá, continua forte. É de se supor que conseguiria atrair grande parte dos eleitores órfãos de Celso Russomanno nesse segmento.

    Se Marta sofre o prejuízo imediato, Doria sofre o prejuízo futuro. O tucano já deixou muito claro que pretende concorrer à Prefeitura de São Paulo montado no enorme sentimento anti-PT do eleitor da cidade.

    Quando a campanha se iniciar oficialmente, na semana que vem, e sobretudo após o início da propaganda de TV, em 26 de agosto, Doria procurará cristalizar-se como o candidato da mudança.

    A permanência de Russomanno dificulta esse projeto. O deputado do PRB, afinal, tem antigas credenciais antipetistas, em que pese seu partido ter feito parte dos governos Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. Mas Russomanno sempre se comportou como um outsider nos diversos partidos em que já se abrigou.

    Na hipótese de impugnação da candidatura do deputado, o eleitor desiludido com Haddad correria naturalmente para o tucano, e não tanto para as ex-prefeitas Marta e Luiza Erundina (PSOL), ainda muito associadas ao PT.

    Para o atual prefeito, a decisão do STF impacta pouco no primeiro turno, pois seu voto, concentrado entre os mais jovens e instruídos, tem pouca interseção com o de Russomanno.

    O alívio para Haddad viria no segundo turno, se ele conseguisse a proeza de lá chegar, apesar da alta rejeição. É do candidato do PRB que ele apanha mais feio, por esmagadores 58% a 19%.

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