Passada a decisão do Supremo Tribunal Federal que liberou a candidatura do deputado federal Celso Russomanno (PRB) a prefeito de São Paulo, adversários dele devem concentrar ataques na biografia do candidato e na sua falta de experiência como gestor público.

Russomanno foi absolvido na terça-feira (9) de acusação de peculato (desvio de dinheiro público) por 3 votos a 2 no Supremo, o que evitou que fosse enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

Em pesquisa do Datafolha divulgada em julho, o deputado federal do PRB liderava com 25% das intenções de voto, ante 16% da peemedebista Marta Suplicy, 10% de Luiza Erundina (PSOL) e 8% do atual prefeito, Fernando Haddad (PT).

O tucano João Doria, que apareceu nesse cenário com 7% das intenções de voto, deve começar a mirar em declarações públicas o candidato do PRB.

Até agora, o tucano concentrou ataques em Haddad, mas passará também a pontuar diferenças com o deputado federal.

O PSDB reforçará, por exemplo, a imagem de empresário bem-sucedido de Doria. Ambos são apresentadores de televisão e disputam o voto dos eleitores que querem mudanças.

A coordenação de campanha de Marta, que seria no momento a principal beneficiada com a saída de Russomanno da disputa, também questiona o histórico do adversário como gestor.

A candidatura peemedebista deve abordar o preparo do deputado federal para comandar o município.

O coordenador da campanha de Haddad, Paulo Fiorilo, sustenta que não haverá mudança de estratégia com a confirmação da candidatura do PRB.

Segundo Fiorilo, o foco da campanha petista ainda são eleitores de bairros periféricos, nos quais o PT sempre teve bom desempenho.

"Isso estava definido contando com o Russomanno no cenário", diz.

Para a direção do PRB, Russomanno naturalmente vai se tornar alvo de ataques por liderar as pesquisas.