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    Estreia da Rede em eleições terá alianças que vão do DEM ao PSOL

    JOÃO PEDRO PITOMBO
    DE SALVADOR
    FELIPE BÄCHTOLD
    DE SÃO PAULO

    14/08/2016 02h00

    Alan Marques - 19.abr.2016/Folhapress
    Ex-senadora Marina Silva durante entrevista na sede da Rede, em Brasília (DF)
    Ex-senadora Marina Silva durante entrevista na sede da Rede, em Brasília (DF)

    Partido comandado pela ex-senadora Marina Silva, a Rede Sustentabilidade leva ao extremo nas eleições deste ano a premissa de não ser "nem de esquerda nem de direita", conforme definição da própria presidenciável.

    Em sua estreia nas urnas, o partido firmou alianças que vão do DEM ao PSOL na disputa por prefeituras. E, apesar de ter ex-petistas entre seus principais líderes, não fechou parceira com o PT.

    Ao todo, o partido terá candidatos próprios em 11 capitais. Marina, que lidera a corrida presidencial para 2018 em cenários de segundo turno pesquisados pelo Datafolha, participou de atos da pré-campanha e deve viajar pelo país até outubro para fortalecer seus correligionários.

    Nas capitais em que não terá candidato, a Rede firmou quatro alianças com o PSB e, em outros dois casos, vai apoiar o PMDB. Adversário de Marina nas duas últimas eleições presidenciais, o PSDB receberá o apoio da Rede em Teresina, onde o tucano Firmino Filho tenta reeleição.

    Candidato mais competitivo da Rede, o prefeito de Macapá, Clécio Luís, disputa reeleição em chapa heterodoxa que inclui DEM, PSDB e PC do B e apoio informal de PSOL e PCB.

    "Minha formação é no campo da esquerda. Mas tivemos que reunir forças plurais, incluindo partidos de direita, para tentar vencer as eleições e evitar retrocessos", disse ele à Folha.

    Eleito em 2012 pelo PSOL, Clécio foi para a Rede em 2015 e diz que a parceria "pode dar alguma dor de cabeça" junto à militância, mas mostra a "maturidade" do partido.

    O prefeito enfrentará nas urnas o ex-senador Gilvan Borges (PMDB), aliado do ex-presidente José Sarney.

    No outro extremo, a Rede vai apoiar candidatos do PSOL e indicar os vices em Salvador e Florianópolis.

    São as únicas capitais em que as duas siglas são aliadas, apesar da recente atuação conjunta no Congresso.

    REFLEXO DE 2014

    Em cidades como João Pessoa e Recife, pesou na definição da aliança a relação entre Rede e PSB, que abrigou Marina na campanha de 2014, quando ela não conseguiu criar a sigla na Justiça Eleitoral.

    Naquele ano, ela seria vice na chapa do ex-governador pernambucano Eduardo Campos, que acabou morto em acidente aéreo.

    A proximidade com o PSB também influenciou na decisão de apoiar a candidatura do atual vice-prefeito Sebastião Melo (PMDB) em Porto Alegre. Há dois anos, Melo articulou a candidatura de Marina no Rio Grande do Sul.

    Em Curitiba, a Rede vai apoiar o filho do senador Roberto Requião, o deputado estadual peemedebista Requião Filho. "Ele foi franco, queria um contribuição em projetos de sustentabilidade. Abraçou o programa e ganhou nosso apoio", diz Eduardo Reiner, da Rede no Paraná.

    O porta-voz nacional da Rede, José Gustavo, diz que o partido aposta "na indignação com o sistema político" na eleição. Ele afirma que a ordem é firmar só alianças "programáticas" com pessoas de "histórico ilibado".

    "A 'nova política' está para além do rótulo do que é um partido."

    Folhapress
    Rede de apoios - Partido de Marina Silva faz alianças elásticas nas eleições
    Partido de Marina Silva faz alianças elásticas nas eleições
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