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    o impeachment

    Em carta a senadores, Dilma deve cutucar Temer e reconhecer erros

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    15/08/2016 02h00

    Jorge Araujo - 8.jul.2016/Folhapress
    São Paulo SP Brasil 08 07 2016 A presidente afastada Dilma Rousseff participa de evento mulheres com Dilma em defesa da democracia na casa de Portugal bairro da Liberdade em São Paulo Jorge Araujo Folhapress 703 ORG XMIT: XXX
    A presidente afastada, Dilma Rousseff, em evento com apoiadores em SP

    Em crítica indireta ao interino, Michel Temer, a presidente afastada Dilma Rousseff deve se comprometer com o Senado a assegurar a independência das investigações da Polícia Federal e a não indicar para a sua equipe de governo condenados por corrupção caso retorne ao cargo.

    Segundo relatos de petistas e aliados, com os quais Dilma conversou sobre a carta que enviará nesta semana aos senadores, ela também pretende defender o amplo direito de defesa e irá chamar de "golpe" o seu afastamento.

    As estocadas são feitas depois de dois ministros da gestão atual terem deixado os cargos por críticas à Lava Jato.

    Após ter adiado a divulgação do documento, a presidente afastada passou o final de semana revisando a carta e ainda pretende fazer ajustes de última hora nesta segunda (15).

    No texto, ela pretende reconhecer que a crise atual é grave, mas que somente pode ser superada com alguém que tenha a legitimidade do voto popular.

    Com recuos na área econômica e dificuldades no Congresso, o governo interino tem promovido uma ofensiva junto ao setor empresarial com receio de perda de apoio na fase final do processo de impeachment.

    Segundo relatos de petistas e aliados, a presidente afastada pretende reconhecer que cometeu erros à frente do Planalto, mas que não praticou nenhuma ilegalidade, e prometerá medidas para a retomada imediata do crescimento e a recuperação do emprego. Para isso, se dispõe a ouvir previamente a sociedade.

    Ela ainda deve defender enfaticamente a convocação de um plebiscito para consultar a população sobre uma nova eleição presidencial e sobre uma reforma política. Ela quer deixar claro, contudo, que a prerrogativa é do Congresso, mas que endossará a iniciativa.

    A ideia inicial era que o texto fosse divulgado na semana passada, quando foi votada a pronúncia, penúltima etapa do processo de impeachment no Senado. O adiamento foi criticado até mesmo por congressistas petistas, segundo os quais a presidente afastada "perdeu o timing".

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