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    operação lava jato

    Mulher de Cunha tem 'risco concreto de fuga', diz Ministério Público

    ESTELITA HASS CARAZZAI
    DE CURITIBA

    15/08/2016 21h29

    Pedro Ladeira -5.nov.2015/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 05-11-2015, 10h00: O presidente da câmara dos deputados dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acompanhado de sua esposa Cláudia Cruz, recebe em visita oficial o Príncipe Akishino, acompanhado da Princesa Kiko, do Japão. Eles participaram de sessão solene no plenário da câmara. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Cláudia Cruz, mulher do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

    Em parecer enviado nesta segunda (15) à Justiça, procuradores da Operação Lava Jato afirmam que há "risco concreto de eventual fuga" da mulher do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz.

    O documento foi uma resposta ao pedido da jornalista para a devolução do seu passaporte, que foi entregue espontaneamente por ela e está em poder da Justiça.

    Cruz responde a uma ação penal no Paraná, sob acusação de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ela é suspeita de ter se beneficiado de parte da propina de US$ 1,5 milhão que Cunha teria recebido num contrato da Petrobras, por meio de contas no exterior.

    Segundo a denúncia, o dinheiro passou por dois trusts e uma offshore, antes de chegar a uma conta no exterior controlada por Cruz. A jornalista teria gastado os valores em bolsas de luxo, sapatos de grife e academias de tênis na Flórida, entre outras despesas.

    O casal nega irregularidades e diz que seus rendimentos são lícitos, oriundos de investimentos e aplicações financeiras.

    "Existe real possibilidade de Cláudia Cruz e/ou seus familiares manterem outras contas bancárias no exterior, havendo risco concreto de eventual fuga e utilização de ativos secretos ainda não bloqueados caso o passaporte seja devolvido", escrevem os procuradores do Ministério Público Federal.

    O órgão se manifestou contrariamente à devolução do passaporte.

    OUTRO LADO

    Para a defesa da jornalista, a manifestação do MPF é "descabida", já que não haveria qualquer fato concreto que aponte risco de fuga.

    "Ao contrário, Cláudia se apresentou espontaneamente às autoridades, prestou depoimentos, declarou seus bens no exterior e entregou voluntariamente seu passaporte", afirmou seu advogado, Pierpaolo Cruz Bottini. "O que mais é necessário fazer para demonstrar boa fé e colaboração?"

    Segundo Bottini, com a ação penal já instaurada e o comparecimento de Cruz aos atos do processo, não há qualquer risco de obstrução à investigação.

    O juiz Sergio Moro, responsável pelo processo, é quem vai decidir se devolve ou não o documento à jornalista.

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