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    Janot quer que Sergio Moro investigue empresas

    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    18/08/2016 02h00 - Atualizado às 17h11

    Alan Marques/ Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL 27.04.2016. O procurador Rodrigo Janot participa da sessão do Supremo. O Plenário do STF que aprecia o processo de Santa Catarina sobre a mudança no cálculo da dívida dos Estados. A decisão pode provocar um rombo de R$ 400 bilhões nos cofres da União. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    O procurador-geral da República Rodrigo Janot

    O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF que a investigação sobre empresas suspeitas de corrupção na Caixa Econômica Federal seja enviada para o juiz Sergio Moro.

    Entre as investigadas está o grupo J&F, que inclui a gigante do ramo frigorífico JBS, a BR Vias, do dono da Gol, Henrique Constantino, e a Odebrecht Ambiental. O pedido foi feito ao ministro Teori Zavascki e ainda não teve decisão.

    As empresas foram acusadas na delação premiada do ex-vice presidente da Caixa, Fábio Cleto, de terem pago propina em troca da obtenção de recursos do fundo de investimentos do FGTS.

    Cleto apontou como recebedores da propina ele próprio, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro.

    Embora a delação de Cleto não trate de corrupção na Petrobras, Janot aponta conexão do caso com a Lava Jato, por ser a origem da sua delação, e por isso pede que as investigações relacionadas às empresas, citadas como "corruptores", fiquem na 13ª Vara Federal de Curitiba.

    No caso da J&F, a acusação de Cleto é que houve pagamento de propina em troca de um aporte de R$ 940 milhões para a Eldorado, integrante do grupo. O delator também apontou relação entre Joesley Batista, que foi alvo de buscas, e Funaro.

    As outras empresas relacionadas são a Haztec, a Aquapolo Ambiental, a BR Vias, a Lamsa (Linha Amarela S.A.), a Brado Logística e a Moura Dubeux Engenharia.

    A Procuradoria-Geral da República pede para ser mantida no Supremo apenas a investigação relacionada a Cunha, por ele ter foro privilegiado, e solicita a abertura de novo inquérito para apurar de que forma o peemedebista teria recebido a propina.

    OUTRO LADO

    Em nota, a J&F diz que as empresas do grupo "estão e estarão sempre à disposição para colaborar com qualquer investigação" e que "reitera todo seu interesse em colaborar com as autoridades".

    A defesa de Cunha diz que o pedido por novo inquérito mostra que a denúncia já movida contra o peemedebista foi "açodada" e sem provas.

    A defesa de Funaro afirmou que o pedido de desmembramento "ratifica a absoluta ausência de provas de qualquer ato ilícito".

    A BR Vias diz que não foi notificada. A Brado afirma que as acusações se referem a uma gestão anterior e que abriu auditoria interna. As outras empresas não comentaram ou não responderam.

    Em nota, a Moura Dubeux Engenharia afirmou que desde 2013 seus acionistas venderam suas participações na Cone S/A e que, com isso, essas empresas passaram a ser autônomas entre si.

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