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    Jovem que acusa Feliciano é indiciada sob suspeita de extorsão de assessor

    ANGELA BOLDRINI
    DE SÃO PAULO

    18/08/2016 21h36

    Pedro Ladeira -8.ag.2016/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 08-08-2016, 16h00: A militante do PSC Patricia Lelis fala com a imprensa ao sair da Procuradoria Especial da Mulher no Senado Federal. Ela foi à procuradoria fazer uma representação contra o dep. Marco Feliciano (PSC-SP), a quem acusa de tentativa de estupro e agressão. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    A militante do PSC Patricia Lelis fala com a imprensa no Senado

    A estudante de jornalismo Patricia Lélis, 22, que acusa o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) de tentativa de estupro, foi indiciada em São Paulo por extorsão e falsa comunicação de crime, em São Paulo.

    Ela fez boletim de ocorrência no dia 5 de agosto afirmando que o chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, a havia ameaçado com uma arma e a mantido em cárcere privado em sua vinda à capital paulista.

    Segundo o delegado do 3º DP (Campos Elíseos), Luís Roberto Hellmeister, no entanto, a jovem não foi forçada a gravar os vídeos em que aparece negando as acusações contra o deputado.

    Ele afirma ter ouvido o então namorado da jovem, Rodrigo Simonsen, que teria afirmado em depoimento ter ficado com ela durante três noites no hotel no centro de São Paulo onde ela afirma que ficou presa, e não ter visto Bauer em sua estada.

    Ela é suspeita ainda, diz o delegado, de extorquir dinheiro do assessor do deputado para inocentá-lo. Bauer admitiu em depoimento ter entregado R$ 20 mil para Emerson Biazon, ligado a Lélis, para entregar à jovem, que saberia do acordo.

    Um vídeo obtido mostra Lélis, Biazon e Bauer conversando sobre dinheiro no dia 30 de julho, pouco antes de as acusações da estudante contra Feliciano virem à tona. O caso envolveria ainda um quarto personagem, Artur Mangabeira, identificado como namorado de uma amiga da jovem, que teria recebido R$ 50 mil de Bauer —o assessor nega a entrega do dinheiro e afirma que sua conversa com Lélis foi um "blefe".

    A jovem fez boletim de ocorrência em Brasília acusando Feliciano de tentar estuprá-la em seu apartamento funcional em Brasília, no dia 15 de junho. A investigação sobre a agressão e tentativa de estupro não é realizada em São Paulo —como o deputado tem foro privilegiado, só pode ser investigado com a autorização do STF.

    A Folha não conseguiu localizar a defesa de Lélis para comentar o indiciamento. Em ocasiões anteriores, a jovem negou ter recebido dinheiro e reafirmou ter sido ameaçada por Bauer. Ela afirma ainda ter procurado o PSC, onde era militante, para conseguir ajuda, mas diz não ter obtido apoio.

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