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    o impeachment

    Temer diz já ter os votos para ser confirmado presidente

    GABRIEL MASCARENHAS
    MARIANA HAUBERT
    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    25/08/2016 01h30

    Adriano Machado/Reuters
    O presidente interino, Michel Temer
    O presidente interino, Michel Temer

    Na véspera do início do julgamento final do impeachment de Dilma Rousseff, o presidente interino, Michel Temer, deu pela primeira vez uma declaração pública em que indica estar seguro de que já tem os votos necessários para que assuma definitivamente o poder.

    Questionado pela Folha nesta quarta (24) na saída de um evento sobre quantos votos acredita ter a seu favor, Temer foi direto e sucinto: "Cinquenta e quatro".

    Para que Dilma tenha o mandato cassado, é necessário o voto de pelo menos 54 dos 81 senadores no julgamento que começa na quinta (25) e deve ser concluído no dia 30 ou na madrugada do dia 31.

    Apesar de trabalhar intensamente pela aprovação do impeachment, e nos bastidores contar com um apoio maior do que os 54 votos necessários, o peemedebista nunca havia explicitado a certeza da vitória.

    Temer também negou estar ansioso: "Agora é esperar, com tranquilidade", disse.

    A expectativa do Planalto, nos bastidores, é ter até 63 votos pelo impeachment -quatro a mais em relação à votação que deu aval para o julgamento da petista.

    Para chegar a esse placar estimado, o governo tem trabalhado, por exemplo, para conseguir o apoio do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e dos senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Elmano Férrer (PTB-PI).

    O primeiro não votou e os dois últimos se posicionaram contra o afastamento.

    eja o andamento da sessão:

    Impeachment dia a dia

    O julgamento final acontece nove meses após o ex-presidente da Câmara e hoje deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter acolhido o pedido de impeachment.

    Dilma está afastada do cargo há quase quatro meses, desde que o Senado aceitou o processo e Temer assumiu interinamente a Presidência.

    Ela é acusada de editar, em 2015, decretos de créditos suplementares sem aval do Congresso e de usar dinheiro de bancos federais em programas do Tesouro, as chamadas "pedaladas fiscais".

    "Não jogamos a toalha, ainda temos esperança. Achamos que a fala da Dilma pode ser esse grande fato político que repercute fora e aqui dentro", disse o senador Lindberg Farias (PT-RJ), se referindo à defesa que a
    petista fará, pessoalmente, na segunda-feira (29).

    "Dilma tem que entender que a vítima é a sociedade brasileira. A tendência é a de que o Senado mantenha a rotina das últimas votações, com a aprovação do impeachment", afirmou Ronaldo Caiado (DEM-GO)
    julgamento

    Esta última etapa do processo será comandada pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, e começará com a apresentação de "questões de ordem", que são pedidos feitos por senadores sobre o trâmite do processo. Em seguida, começará o depoimento de oito testemunhas: duas da acusação e seis da defesa.

    A votação começará na terça-feira (30), ocasião em que cada um dos senadores terá dez minutos, cada um, para discursar. A previsão é a de que o desfecho só seja conhecido na madrugada do dia 31.

    Se o impeachment for confirmado, Dilma será notificada sobre a decisão e Temer deverá ir ao Congresso para ser empossado.

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