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    o impeachment

    Julgamento do impeachment inicia a semana da vergonha nacional, diz Lula

    ALFREDO MERGULHÃO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DO RIO

    25/08/2016 13h28 - Atualizado às 18h06

    Felipe Dana - 06.jun.2016/Associated Press
    FILE - In this June 6, 2016, file photo, Brazil's Former President Luiz Inacio Lula da Silva speaks at a rally in defense of public companies and against Brazil's interim President Michel Temer in Rio de Janeiro, Brazil. Lawyers for the ex-President have filed a petition on Thursday, July 28, 2016, with the U.N. denouncing what they call a lack of impartiality and abuse of power by the judge investigating the corruption scandal at state-owned oil company Petrobras. (AP Photo/Felipe Dana, File) ORG XMIT: XLAT205
    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como "semana da vergonha nacional" o início do julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no Senado, que começa nesta quinta-feira (25).

    Ele participou nesta manhã de um encontro com trabalhadores e sindicalistas anunciado como um ato "em defesa da Petrobrás, da indústria naval e pela geração de empregos", no município de Niterói, na região metropolitana do Rio.

    Em um discurso de 30 minutos, Lula direcionou suas críticas aos senadores e também aos antigo aliados.

    "Estou envergonhado de perceber que o Senado, que deveria estar debatendo os interesses do povo brasileiro e os interesses dos trabalhadores, está discutindo a condenação de uma pessoa inocente", disse Lula, que questionou a legitimidade do julgamento. "Hoje é o dia em que começam a rasgar a Constituição do país".

    O ex-presidente criticou antigos aliados que se posicionaram a favor do impeachment de Dilma.

    "Estou triste com o comportamento do prefeito do Rio (Eduardo Paes) e do filho do Sérgio Cabral (Marco Antônio Cabral) pelo impeachment", disse.

    Lula também citou nominalmente o senador Marcelo Crivella (PRB), que foi ministro no governo Dilma e é candidato a prefeito do Rio.

    "Crivella, que eu apoiei em 2014, que fala em nome de Deus, não pode cometer uma deslealdade dessa, assim como outros", afirmou.

    Sobre o governo interino, Lula afirmou que a gestão Temer não sabe governar e por esse motivo quer promover privatizações.

    "O que está em jogo é a tentativa de acabar com o direito desse país ser grande e da Petrobras ser a maior empresa de petróleo do mundo", disse.

    CHARUTO CUBANO

    Apesar de se declarar favorável às investigações da operação Lava Jato –"Se roubou tem que ir para a cadeia", disse–, o ex-presidente criticou as delações premiadas. Ele afirmou que os delatores "falaram mentiras" e estão soltos "fumando charuto cubano".

    Questionado ao fim do evento sobre a possibilidade de ser candidato em 2018, Lula não deixou clara a sua posição. Disse apenas: "Vamos ver".

    O presidente nacional do PT, Rui Falcão, e o do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stédile, participaram do ato.

    "Vamos enfrentar um período difícil nos próximos dois anos e a luta contra os golpistas está apenas começando", afirmou Stédile.

    "Em algum momento vamos ter que fazer uma vigília e cercar o BNDES, a Petrobras e a Globo", acrescentou o líder do MST.

    Os organizadores não divulgaram estimativa de público. Havia a expectativa de 3 mil pessoas neste ato.

    A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) levaram bandeiras e faixas contra o governo interino de Michel Temer, a venda de ativos da Petrobras e a operação Lava Jato.

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