• Poder

    Saturday, 27-Apr-2024 20:03:25 -03

    Lava Jato

    Barroso defende Lava Jato, mas critica 'vazamentos seletivos'

    NELSON DE SÁ
    DE SÃO PAULO

    26/08/2016 11h31

    Alan Marques - 28.mar.2016/Folhapress
    O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso
    O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso

    O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso usou sua participação, num fórum sobre liberdade de expressão em São Paulo, na manhã desta sexta (26), para defender a Operação Lava Jato de "robustas e previsíveis reações" que, "se bem-sucedidas, impedirão a mudança de patamar ético de que o país precisa".

    Segundo ele, "essas reações incluem ataque ao Ministério Público, tentativas de reverter a jurisprudência do Supremo que permite a execução de condenações após o segundo grau, articulações para preservar mandatos maculados com mudanças legislativas que façam tudo ficar tão parecido quanto possível com o que sempre foi".

    Para o ministro, "o país precisa de uma sociedade mobilizada e de um Judiciário independente, capazes de continuar a promover uma virada histórica na ética pública e na ética privada". Para encerrar, afirmou: "Já nos perdemos pelo caminho outras vezes, precisamos acertar agora".

    Antes, Barroso havia defendido a Lava Jato, que citou nominalmente, dizendo "a novidade é que a corrupção tem sido enfrentada nos últimos tempos com investigação séria, cooperação internacional, tecnologia e técnica jurídica".

    Acrescentou porém que o necessário respeito à transparência "não legitima vazamentos seletivos, venham da acusação, da defesa ou da polícia".

    As declarações foram dadas em meio a uma crise entre o STF e o Ministério Público Federal. O vazamento de informações que envolvem o ministro Dias Toffoli levou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a anunciar o rompimento das negociações de delação premiada com Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, um dos principais alvos da Lava Jato.

    O ministro Gilmar Mendes afirmou suspeitar que a citação ao colega de Supremo tenha vazado a partir de procuradores, em uma tentativa de retaliação a decisões da corte –Toffoli é autor, por exemplo, da decisão que tirou da cadeia o ex-ministro Paulo Bernardo, alvo da Operação Custo Brasil, o que contrariou integrantes da Lava Jato.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024