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    Lava Jato

    Defesa de Lula critica juiz Moro e aponta falta de isenção de delegado

    PAULA REVERBEL
    DE SÃO PAULO

    26/08/2016 19h47 - Atualizado às 19h53

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Fachada do edificío Solaris, em Guarujá (SP), onde fica o tríplex
    Fachada do edificío Solaris, em Guarujá (SP), onde fica o tríplex

    O advogado Cristiano Zanin Martins, defensor do ex-presidente Lula e de sua mulher, Marisa Letícia, criticou nesta sexta-feira (26) o juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, e o delegado da Polícia Federal Márcio Anselmo, que investiga o tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo.

    Lula e Marisa foram indiciados nesta sexta. O ex-presidente será investigado por suspeita de corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Já a mulher foi indiciada sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A defesa chamou o relatório de indiciamento de "peça de ficção".

    Segundo o advogado de Lula, o documento assinado por Anselmo tem motivação política.

    "Nesse caso, nós temos elementos objetivos. A pessoa que vai a uma rede social e chama a pessoa que ele está investigando de 'anta' e outras coisas mais, que se posiciona politicamente em favor de pessoas que estão no campo político antagônico daquele que ele investiga, pra mim é muito claro que essa pessoa não tem isenção.

    De acordo com Martins, o inquérito foi instaurado em 22 de julho e tramitou de forma oculta. A defesa de Lula informa que só soube de sua existência no último dia 19 e solicitou o acesso a Moro no mesmo dia. O juiz inicialmente negou o pedido, liberando teor do documento apenas na quarta (24), depois que a defesa entrou com um pedido de liminar no STF (Supremo Tribunal Federal). A corte não chegou a apreciar o pedido.

    Em outra crítica a Moro, o advogado citou manifestação recente do juiz em que ele admitiu ter chegado a cogitar autorizar a prisão temporária do ex-presidente. "Está é a prova maior de que ele age de forma parcial porque nunca houve pedido de prisão temporária, nem da polícia e nem do Ministério Público. Então, se o juiz cogitou dessa prisão, ele o fez de forma arbitrária, porque a lei exige o pedido", disse.

    Para Martins, o relatório elaborado por Anselmo parte da premissa de que o tríplex no Guarujá seja propriedade de Lula, que seria um erro. A investigação da PF aponta que o tríplex, que foi reformado pela empreiteira OAS, estaria reservado à mulher de Lula. A construtora é uma das acusadas de corrupção no esquema da Petrobras.

    Ainda segundo Martins, a notícia do indiciamento foi recebida com indignação por Lula e Marisa Letícia.

    A defesa informou que irá agora esperar um desdobramento do Ministério Público, que pode arquivar o inquérito, apresentar uma denúncia ou pedir mais diligências.

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