• Poder

    Friday, 03-May-2024 00:54:56 -03

    o impeachment

    Defesa de Dilma teve embates com adversários e afagos de aliados; veja

    DE SÃO PAULO

    29/08/2016 23h49

    Ueslei Marcelino/Reuters
    Brazil's suspended President Dilma Rousseff attends the final session of debate and voting on her impeachment trial in Brasilia, Brazil, August 29, 2016. REUTERS/Ueslei Marcelino TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: BRA131
    A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) faz sua defesa no processo de impeachment

    A presidente afastada Dilma Rousseff fez nesta segunda-feira (29), no Senado, sua defesa no processo de impeachment. Depois de seu discurso inicial, a petista passou a responder a perguntas feitas pelos senadores, favoráveis e contrários ao impeachment.

    Diferente do que analistas esperavam, não houve confusões e, no geral, o tom foi de cordialidade.

    Os senadores que defendem a saída de Dilma reforçaram as acusações do processo de impeachment: de que a presidente afastada cometeu crime de responsabilidade ao desrespeitar a meta fiscal abrindo crédito sem autorização do Congresso e ao atrasar pagamentos do governo para bancos públicos nas chamadas "pedaladas fiscais".

    Alguns ainda a acusaram de cometer "estelionato eleitoral" em 2014 e rejeitaram o rótulo de 'golpe' para o impeachment.

    Já Dilma e seus aliados voltaram a negar que ela tenha cometido crimes e defenderam a legalidade de seus atos como presidente.

    Veja os embates entre a petista e alguns de seus adversários e afagos feitos por aliados.

    *

    OS ADVERSÁRIOS

    ANTÔNIO ANASTASIA (PSDB-MG), relator do processo

    "Em 22 de julho, foi enviado ao Congresso Nacional o PLM 5, alterando a meta de R$ 55 bilhões para R$ 5 bilhões. Portanto, a partir desta data, a senhora já tinha plena consciência que a meta não seria mais cumprida.

    Ainda assim, em 27 de julho, crédito [suplementar] foi aberto. Por que esse decreto foi assinado por Vossa Excelência, em evidente confronto com a meta?"

    RESPOSTA DE DILMA
    "Nós abrimos crédito suplementar por decreto porque a LOA [Lei Orçamentária Anual] autorizou. O último decreto que editamos é de 20 de agosto, e decisão do plenário [do Congresso], a única que conta, é de outubro.

    Então a não ser que a gente passe a aceitar aqui a retroatividade da lei, fica muito difícil de dizer que há um crime de responsabilidade"

    Ueslei Marcelino/Reuters
    Senator Aecio Neves (R) speaks next to Senator Antonio Anastasia, rapporteur of the special senate committee during a voting session on the impeachment of President Dilma Rousseff in Brasilia, Brazil, August 29, 2016. REUTERS/Ueslei Marcelino ORG XMIT: BRA124
    Senador Aécio Neves fala ao lado de Antonio Anastasia em sessão no Senado

    AÉCIO NEVES (PSDB-MG), ex-candidato à Presidência

    "Não poderia imaginar que depois do debate nos encontraríamos no Senado Federal nesta posição"

    "Não é desonra alguma perder eleições, sobretudo quando se defende ideias e se cumpre a lei. Eu não diria o mesmo quando se vence as eleições faltando com a verdade e cometendo ilegalidades"

    RESPOSTA DE DILMA

    "Respeito todos que concorreram comigo. Agora, não respeito a eleição indireta que é produto de processo de impeachment sem crime de responsabilidade"

    AÉCIO NEVES, ao comentar as respostas de Dilma
    As respostas dela independem da pergunta. Como disse o Cássio (Cunha Lima), se você perguntar se ela pedalou ou se matou a Odete Roitman [personagem da novela 'Vale Tudo", de 1988] a resposta vai ser a mesma.

    -

    RONALDO CAIADO (DEM-GO), líder do DEM no Senado

    Eduardo Anizelli/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 11-05-2016: O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), discursa durante sessao do impeachment da presidente Dilma Rousseff, no Senado Federal. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, PODER)

    "Todos os bancos privados [envolvidos no Plano Safra] foram pagos mensalmente [...] Os bancos oficiais tiveram de bancar 60 bilhões de reais de pedalada."

    "A opção do governo da senhora foi de emprestar dinheiro para países governados por tiranetes e penalizar os programas sociais."

    RESPOSTA DE DILMA

    "O Plano Safra é fundamentalmente executado pelo Banco do Brasil. Os bancos privados têm uma participação menor do que 10% no total dos empréstimos, e os demais bancos privados entram via BB. Não é possível dizer que nós tivemos um tratamento diferente."

    "Na minha campanha era criminoso que o Brasil tivesse financiado o Porto de Mariel. O presidente Obama tem no registro do seu mandato, reestabelecer as relações comerciais com Cuba. [...] E o nosso Porto de Mariel é disputado por todo aqueles que querem investir em Cuba"

    -

    MAGNO MALTA (PR-ES), senador

    Reprodução
    Presidente da Itatiaia, Victor Penna Costa, e senador Magno Malta em evento da empresa
    O senador Magno Malta (à dir.)

    "Quem mentiu no processo eleitoral? Foram os marqueteiros? A senhora não tinha as informações? A senhora mentiu no processo eleitoral?"

    RESPOSTA DE DILMA

    "Eu não menti no processo eleitoral, senhor senador. Mas não é possível que só nós [governo] prevíssemos a crise que estava por vir. Nós não temos uma bola de cristal. Ninguém sabia disso. [...] Ninguém controla a política do Banco Central americano. Não sabíamos que teríamos uma desvalorização tão grande do Real."

    -

    ALOYSIO NUNES (PSDB), líder do governo Temer

    Alan Marques - 11.mai.2016/Folhapress
    Senador Aloysio Nunes Ferreira, novo líder do governo na Casa

    "[O impeachment é um] golpe? Com supervisão do Supremo Tribunal Federal? Com a senhora exercendo todo o direito de defesa em todas as instâncias?

    RESPOSTA DE DILMA
    "Se me julgarem sem crime de responsabilidade, senador, é golpe. Um golpe integral"

    OS ALIADOS

    KÁTIA ABREU

    Alan Marques/Folhapress
    #multimidia - Brasilia,DF,Brasil 29.04.2016 Os ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, da AGU, Jose Eduardo Cardozo, e da Agricultura, Katia Abreu, fazem a defesa da Dilma Rousseff na Comissao do Impeachment no Senado. Foto: Alan Marques/Folhapress 0619
    O ex-ministros Nelson Barbosa, Kátia Abreu e José Eduardo Cardozo

    "Não tenho dúvida que esse impeachment é um processo que nasceu da vingança sórdida de Eduardo Cunha e da ganância de um pequeno grupo pelo poder"

    JORGE VIANNA (PT-AC)

    "A oposição brasileira tem medo da palavra golpe. Ou é golpe ou é farsa [...] A oposição está sendo desleal com a Constituição"

    ROBERTO REQUIÃO (PMDB-PR)

    "Não é a presidente que está sendo julgada no Senado. É a democracia"

    VANESSA GRAZZIOTIN (PCdoB-AM)

    Eduardo Anizelli - 11.mai.2016/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 11-05-2016: A senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), discursa durante sessao do impeachment da presidente Dilma Rousseff, no Senado Federal. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, PODER)
    Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) no Congresso

    "Senhora presidenta, esse é o embate político de quem perdeu nas eleições. [...] O PSDB pagou R$ 45 mil por essa denúncia[...] A presidenta Dilma não fez nada que o Lula não fez no seu mandato, que o Fernando Henrique não fez no mandato dele."

    GLEISI HOFFMANN

    "Aqui não tem tanques, não tem baionetas, não tem tortura física, mas não faltaram a tortura emocional, psicológica, política [...] A política não tem saias presidenta, por enquanto, não ainda. Ainda é um ambiente misógino"

    Edição impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024