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    o impeachment

    Sessões do impeachment no Congresso duraram 178 horas e 55 minutos

    CAROLINA LINHARES
    DE SÃO PAULO

    31/08/2016 17h00

    As sessões decisórias do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado e na Câmara duraram um total de 178 horas e 55 minutos –ou sete dias e quase 11 horas.

    A sessão mais longa de todo o processo foi a última –do julgamento no Senado–, que teve o comando do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.

    Após 73 horas e 44 minutos de sessão, Dilma perdeu o cargo de presidente por 61 votos a 20.

    Aberta às 9h33 da manhã de quinta (25), a sessão foi retomada de sexta (26) a quarta (31), dia da votação final. Só não houve sessão no domingo (28).

    Durante esses dias, foram ouvidas testemunhas, defesa e acusação apresentaram suas manifestações finais, senadores declararam seus votos, e houve ainda o discurso e o interrogatório de Dilma, ocorridos na segunda (29).

    A segunda sessão mais longa se deu no plenário da Câmara, entre 15 e 17 de abril, quando os deputados levaram 52 horas e 21 minutos para autorizar, por 367 votos a 137, que o pedido de impeachment fosse levado ao Senado.

    Desse período, 42 horas e 31 minutos foram de sessão praticamente ininterrupta, com discursos de quase 120 deputados.

    O tempo de debate quebrou o então recorde da Casa, registrado na votação da MP dos Portos, em 2013, quando deputados permaneceram 36 horas e 35 minutos deliberando a matéria.

    No Senado, houve ainda duas sessões plenárias de longa duração sobre o impeachment. Em 12 de maio, após 20 horas e 38 minutos, 55 senadores votaram a favor da admissibilidade do processo e 22 foram contrários.

    O resultado que afastou Dilma da Presidência foi conhecido por volta das 6h30 da manhã do dia 12 –a sessão havia começado às 10h da manhã do dia anterior.

    No último dia 10, os senadores decidiram levar Dilma a julgamento por 59 votos a 21. Foram 16 horas e 51 minutos de sessão, iniciada na manhã do dia 9.

    COMISSÕES

    A primeira reunião de parlamentares para votar o andamento do impeachment foi no dia 11 de abril, quando a comissão especial criada na Câmara aprovou parecer favorável ao processo. Os 65 deputados estiveram reunidos por 9 horas e 46 minutos.

    Houve ainda duas sessões decisórias sobre o impeachment na comissão especial do Senado, com cerca de 2 horas e 50 minutos cada.

    De acordo com o senador Raimundo Lira (PMDB-PB), que presidiu a comissão especial na Casa, foram mais de 200 horas de trabalho em 31 reuniões.

    Já o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), presidente da comissão na Câmara, informou que os deputados estiveram reunidos por mais de 40 horas em 11 encontros.

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    RELEMBRE A TRAMITAÇÃO DO IMPEACHMENT

    1. Pedido
    É preciso apontar crime de responsabilidade do presidente. Cabe ao presidente da Câmara aceitar ou não o pedido de impeachment

    2.dez.15
    O então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceita o pedido entregue em outubro que aponta as pedaladas e a liberação de créditos suplementares como crimes de responsabilidade

    2. Comissão especial - Câmara
    Grupo de deputados indicados pelos líderes partidários analisam o pedido

    17.mar.16
    Comissão especial com 65 deputados é formada. Jovair Arantes (PRB-GO) é escolhido relator

    3. Relatório da comissão de deputados
    Presidente tem dez sessões da Câmara para apresentar defesa, e comissão tem mais cinco sessões para aprovar um parecer

    11.abr.16
    Comissão de deputados aprova, por 38 a 27, relatório favorável à abertura do processo de impeachment. Peça diz haver graves indícios de cometimento de crime de responsabilidade

    4. Aval da Câmara
    Relatório é submetido à decisão do plenário da Câmara; processo de impeachment é autorizado pela Câmara e segue para o Senado se obtiver o apoio de 342 de 513 deputados

    17.abr.16
    Em um domingo, 367 deputados votam sim ao impeachment; 137 votam não. Há ainda sete abstenções e duas ausências

    5. Comissão especial - Senado
    Assim como na Câmara, comissão especial de senadores é montada para analisar o impeachment

    25.abr.16
    Senado escolhe 21 senadores para a comissão; Antonio Anastasia (PMDB-MG) é escolhido relator no dia seguinte

    6. Relatório da comissão de senadores
    Grupo de senadores tem até dez dias úteis para apresentar parecer que admite ou não o processo de impeachment

    6.mai.16
    Comissão aprova por 15 votos a 5 parecer que aponta existência de elementos suficientes para que Dilma seja afastada e julgada por crime de responsabilidade

    7. Admissibilidade
    Cabe aos senadores, por maioria simples, abrir o processo de impeachment e afastar a presidente para que seja julgada

    12.mai.16
    Votos favoráveis ao impeachment somam 55; 22 são contra. Dilma é afastada do cargo por até 180 dias, e Temer assume como presidente interino

    8. A volta da comissão especial - Senado
    Comissão volta a se reunir para ouvir defesa, acusação, testemunhas e analisar documentos

    4.ago.16
    Por 14 votos a 5, grupo aprova relatório final a favor do impeachment. Foram 31 reuniões da comissão, com 44 testemunhas ouvidas

    9. Juízo de pronúncia
    Por maioria simples, senadores votam se a presidente vai a julgamento por crime de responsabilidade

    10.ago.16
    Senado decide por 59 votos a 21 que Dilma deve ser levada a julgamento; sessão foi comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski

    10. Julgamento final
    Após defesa e acusação apresentarem um resumo de todo o processo, presidente do Supremo marca a data do julgamento

    de 25.ago.16 a 31.ago.16
    Ricardo Lewandowski comanda julgamento final, que cassa o mandato de Dilma por 61 votos a 20

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