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    100 mil em protesto é um número substancial, diz Meirelles

    JOHANNA NUBLAT
    ENVIADA ESPECIAL A HANGZHOU

    05/09/2016 06h25 - Atualizado às 16h34

    Horas após um protesto contra o governo do presidente Michel Temer reunir milhares de pessoas em São Paulo, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) reconheceu o "número bastante substancial de pessoas", mas disse que "já tivemos manifestações muito maiores".

    Questionado, na China, sobre o tamanho do movimento, estimado em quase 100 mil pessoas por um dos organizadores (mas não medido pela polícia), Meirelles disse se tratar de "uma manifestação razoável".

    "É uma manifestação razoável, 100 mil pessoas é um número substancial de pessoas, mas também já tivemos manifestações muito maiores, já tivemos manifestação de 1 milhão de pessoas no Brasil. Em resumo, é uma manifestação coerente com um grupo de pessoas que é minoritário na população, mas é um número bastante substancial de pessoas", disse à imprensa nos corredores do G20.

    No sábado (3), o presidente Michel Temer chamou os protestos até então de "inexpressivos" e feitos por "grupos mínimos".

    "São pequenos grupos, parece que são grupos mínimos, né? (...) Não tenho numericamente, mas são 40, 50, cem pessoas, nada mais do que isso. Agora, no conjunto de 204 milhões de brasileiros, acho que isso é inexpressivo", disse Temer no sábado, durante sua estadia em Hangzhou.

    No mesmo dia da fala do presidente, o chanceler José Serra, também em viagem à China, classificou as manifestações de "mini mini mini mini mini mini".

    REPERCUSSÃO

    Os atos passaram das ruas brasileiras ao espaço virtual chinês.

    Críticas a Temer e fotos de Dilma com a faixa presidencial foram publicadas em uma página de Facebook descrita como a oficial desta edição chinesa do G20 e operada pelo jornal oficial "People's Daily" —o acesso à rede social, geralmente vetado, está liberado para as delegações estrangeiras.

    Nesta segunda (5), o ministro da Fazenda defendeu que os protestos legitimam o processo do impeachment como democrático e disse não acreditar que os atos possam influenciar os parlamentares a não aprovarem as medidas econômicas defendidas pelo governo, como a PEC do teto dos gastos e as reformas da previdência e trabalhista.

    "E eu acho que a maior preocupação hoje, em última análise, do próprio Congresso é viabilizar a volta do crescimento econômico, viabilizar a volta do emprego, porque o que o eleitor está preocupado hoje, com razão é com seu próprio emprego", disse Meirelles.

    Questionado sobre o eventual impacto negativo na imagem do país, e a consequente queda da confiança no exterior com os protestos, o ministro afirmou que verificou "uma confiança externa muito forte no Brasil" entre as lideranças presentes no G20.

    "O importante é mostrar que o ritmo de condução do ajuste econômico está em curso e que ele não sofre nenhuma mudança de direção. E tudo o que nós temos ouvido dos parlamentares é que eles estão de fato, sim, corretamente, preocupados em resolver as causas da crise econômica. E [em] voltarmos a criar empregos para eliminar esses milhões de desempregados que estão na rua, que são um número muito maior que as 100 mil pessoas."

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