• Poder

    Saturday, 04-May-2024 03:02:31 -03

    Candidato à Prefeitura de Ribeirão Preto é alvo de condução coercitiva

    MARCELO TOLEDO
    DE RIBEIRÃO PRETO

    06/09/2016 20h26

    Um candidato à Prefeitura de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) foi levado para depor coercitivamente nesta terça-feira (6) na operação Sevandija, que investiga o maior escândalo de corrupção da história da cidade. É o segundo político que disputa a administração a ter o nome envolvido nas investigações.

    Wagner Rodrigues (PC do B), presidente afastado do Sindicato dos Servidores, foi chamado a depor para explicar um acordo feito com um escritório de advocacia, com suspeita de favorecimento, segundo o promotor Leonardo Romanelli, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

    De acordo com a investigação, agentes públicos exigiam propina num acordo de R$ 800 milhões, valor a ser pago a servidores da prefeitura referentes a perdas do Plano Collor. Já foram pagos mais de R$ 300 milhões, além de R$ 40 milhões em honorários.

    Não há indícios de irregularidades no pagamento dos R$ 300 milhões, mas sim na forma de pagamento dos honorários, que ultrapassavam o valor de R$ 1 milhão por mês. Para que os valores fossem liberados, advogados pagavam propina a membros da administração, segundo o promotor.

    Por isso, policiais federais foram à sede do sindicato em busca de atas de assembleias que supostamente autorizaram a celebração do acordo. "Servidores disseram que sequer tomaram conhecimento da ata, que determinou o pagamento de honorários", disse o delegado Flavio Reis, da PF (Polícia Federal).
    Os documentos são importantes para legitimar ou não o acordo com o escritório de advocacia.

    Além de Rodrigues, Ricardo Silva (PDT), que lidera a disputa eleitoral (39%, segundo pesquisa Ibope, encomendada pela Eptv, afiliada da Globo), teve o nome citado numa escuta telefônica obtida após autorização judicial. Na conversa, o advogado de um empresário preso combina um encontro com um irmão do candidato. Ele nega elo com o esquema.

    A operação Sevandija —que significa "parasita"—, desencadeada na última quinta-feira (1º), resultou em 13 prisões e nas suspensões dos mandatos de nove parlamentares.

    A investigação do esquema começou em 2015, com uma licitação suspeita de R$ 26 milhões para a aquisição de catracas para escolas, mas estendeu-se a outras áreas. O montante fraudado chega a R$ 203 milhões, segundo a operação.

    O sindicato confirmou o motivo das buscas da Polícia Federal e que Rodrigues foi à sede da PF "de forma espontânea", assim como Laerte Carlos Augusto, interinamente no cargo, já que Rodrigues se licenciou para disputar a prefeitura.

    PRISÃO

    Antes mesmo do início da campanha eleitoral, um outro político que disputaria a prefeitura foi preso. Fernando Chiarelli (PT do B) foi preso quando chegava à convenção do partido que o escolheria como candidato.

    A prisão ocorreu por ofensas à prefeita de Ribeirão, Dárcy Vera (PSD), que também foi flagrada em grampos telefônicos falando de suposta compra de votos na Câmara.

    Ele está detido em Tremembé e foi substituído na campanha pelo advogado Alexandre Sousa (PT do B).

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024